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Um aplicativo de fotos voltado a oculoplásticos que além de orientar as incidências e ângulos para cada situação ocorrida no consultório, permite ao médico organizar o arquivo por nome e diagnóstico e ainda compartilhá-lo com os colegas com as respectivas grades de pré e pós-procedimentos. Assim é o Mirax, desenvolvido pela oftalmologista Juliana Barbi.

Ela conta que sempre foi apaixonada por fotografia e quando precisou escrever um artigo que comparava cicatrizes de blefaroplastia realizadas com radiofrequência versus lâmina fria teve que aprender muito sobre fotografia clínica comparativa. “Me aprofundei no tema e comecei a dar palestras em congressos e cursos sobre fotodocumentação em oculoplástica. Até que tive a ideia de divulgar este tema escrevendo um artigo publicado nos Arquivos Brasileiros de Oftalmologia intitulado: ‘Photodocumentation in oculoplastic surgery: an up-to-date overview’”, comenta.

No artigo, além da revisão bibliográfica extensa do assunto, Juliana apresentou um protocolo clínico para oculoplásticos guiando-os para uma correta padronização de fotos pré e pós-procedimentos estéticos e cirúrgicos da face com câmera fotográfica. “Como muitos não querem investir em câmeras e fazem a fotodocumentação com smartphones, quis trazer este conceito para um aplicativo chamado Mirax que funciona como uma “câmera guiada” e também para o armazenamento prático e organizado dos pacientes fotografados”, explica.

Juliana diz que o app ajuda tanto na praticidade quanto na agilidade de fotodocumentação de pacientes. “Quando fotografamos diretamente na câmera do celular, temos dois problemas. Um deles é que nem sempre enquadramos o rosto da mesma forma, às vezes esquecemos de fazer as mesmas incidências e posições de cabeça, inadvertidamente usamos o flash que nem sempre é bem-vindo na fotografia clínica, entre vários outros erros que podem ser descobertos tarde demais (quando o paciente, por exemplo, já está operado e não se pode voltar no tempo para fazer a foto)”. Nesse caso, o app funciona como uma câmera inteligente na captura de fotos, guiando o oculoplástico no passo a passo de cada registro fotográfico.

A segunda questão relatada pela oftalmologista é que ao fotografar direto da câmera do smartphone as fotos vão para o “rolo de câmera” e se misturam com as imagens pessoais. “Se o usuário não for muito organizado e não for realocando estas fotos para a nuvem ou para outro arquivo local, elas se misturam, além de não vir com o nome do paciente. No Mirax, antes de tirar a foto, já se cadastra o nome do paciente e já se faz a captura de imagens de forma padronizada – dentro das limitações de recursos de captação da luz de um smartphone”, completa.

Como funciona o app
O aplicativo funciona da seguinte forma:

– Cadastro do paciente com nome e sobrenome.

– Diagnóstico: enquadra-se o paciente em uma das cinco situações mais comuns na oculoplástica: cirurgia palpebral estética, ptose, patologias orbitárias, aplicação de toxina botulínica e tumores palpebrais. Se for algo diferente de qualquer uma dessas situações, há a opção de captura livre.

– Dependendo da situação escolhida, o próprio app manipula a câmera do celular (desativando ou ativando flash, mostrando grades e guias explicativos, dando comandos ao usuário) para que ele faça as incidências necessárias, o correto enquadramento e posicione a cabeça.

– Ao terminar a captura, o usuário já tem a pasta criada automaticamente com o nome do paciente, o diagnóstico e fotos.

– No momento do pós-operatório, ele clica nesta pasta e na hora da captura da foto, terá a opção de clicar em um botão que se chama “fantasminha”. Esta funcionalidade deixará a câmera com a imagem quase transparente de fundo do paciente antes de operar. Essa imagem servirá de “guia” para enquadrar a nova foto por cima da antiga e assim ficar do mesmo tamanho e no mesmo enquadramento que a foto do pré-procedimento.

– Ao terminar a captura, o Mirax faz o comparativo em grades de pré e pós-procedimento, com a opção de compartilhamento com colegas ou com o próprio paciente via WhattsApp, e-mail ou qualquer outro meio.

Juliana comenta que outra funcionalidade do aplicativo é que na seleção de registro de tumores palpebrais pode-se estimar o tamanho da lesão por meio da fotografia, tendo-se por base o diâmetro corneano que aparece na foto, muito pouco variável entre os indivíduos. “Ou seja, o usuário consegue colocar uma ‘bolinha’ com diâmetro ajustável com o dedo na córnea, o Mirax entende que aquela medida corresponde a 12 mm, e quando se coloca a mesma bolinha com diâmetro ajustável em cima da lesão, o app dá em milímetros o tamanho da lesão a ser estudada”, explica.

Os interessados podem ter acesso ao aplicativo por meio das Appstore ou Googleplay buscando por Mirax. Mais informações no site: www.miraxapp.com

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