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Um grupo de pesquisadores da Universidade de Medicina da Pomerânia, na Polônia, avaliou uma possível relação entre culturas bacterianas positivas e a retinopatia grave da prematuridade (ROP) em bebês prematuros que nasceram com peso muito baixo, sugerindo um potencial marcador prognóstico para o desenvolvimento precoce de ROP.

O estudo, que teve como autora principal Monika Modrzejewska, do Departamento de Oftalmologia, apontou que como as causas responsáveis pelo desenvolvimento da ROP ainda são inexploradas, é possível que a inflamação perinatal possa ser um fator importante no desenvolvimento da doença.

Os pesquisadores obtiveram culturas bacterianas e fúngicas microbiológicas do ouvido, ânus, garganta brônquica e sangue dos bebês. Os dados médicos e os resultados dos exames laboratoriais foram analisados para determinar uma correlação com a ROP3 e a A-ROP. Para a análise foi feito um estudo retrospectivo no qual foram incluídos 114 bebês prematuros (228 olhos) com idade gestacional de 32 semanas ou menos e peso ao nascer igual ou menor a 1.710 gramas. Os bebês foram divididos em dois grupos, um deles tinha 51 pacientes com ROP grave, com peso médio ao nascer de 852,7 gramas e idade gestacional média de 26,3 semanas; esses bebês foram tratados com laser de diodo ou injeção intravítrea de fator de crescimento endotelial vascular (VEGF). O grupo controle incluiu 63 pacientes que não apresentavam ROP e tinham peso médio ao nascer de 1.313,9 gramas e idade gestacional de 28,8 semanas.

Os resultados mostraram que 47% dos bebês do grupo examinado tiveram testes bacterianos positivos em comparação com 23% dos controles. Os achados mostraram correlações significativas entre culturas positivas obtidas do ânus (p < 0,001), garganta (p = 0,002) e sangue (p = 0,001) e ROP severa, que requer laser de diodo e tratamento anti-VEGF.

As avaliações também relataram que marcadores inflamatórios significativos, que se correlacionam com o desenvolvimento de ROP grave, foram Klebsiella pneumoniae (p = 0,002) e estafilococos coagulase negativa (p < 0,001). Estafilococos coagulase negativa (p < 0,001), K. pneumoniae (p = 0,002), Maltophilia stenotrophomonas e Staphylococcus aureus (p = 0,005) e Enterobacter cloacae (p = 0,02 foram as bactérias mais frequentes na ROP grave.

Como conclusão, os pesquisadores afirmam que não se pode descartar que os resultados microbiológicos positivos de culturas sanguíneas, anais e faríngeas possam se tornar marcadores prognósticos para o desenvolvimento precoce de ROP, “o que permitiria o início precoce do tratamento oftalmológico em prematuros do grupo de muito baixo peso ao nascer”.

Fonte: Ophthalmology Times

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