No começo deste ano, uma notícia ganhou destaque em todo o mundo. O lançamento de uma nova versão do ChatGPT, Chat Generative Pre-Treated Transformer, chatbot lançado pela startup americana Open AI, que consegue lidar com instruções mais complexas, o que levar a elevar o nível de assertividade das informações geradas. O alvoroço com a ferramenta foi tanto que, de acordo com um estudo do UBS, estima-se que o ChatGPT tenha atingido a marca de 100 milhões de usuários ativos em janeiro, apenas dois meses após o lançamento. O relatório, citando dados da empresa de análise Similarweb, aponta que uma média de cerca de 13 milhões de visitantes únicos usaram o ChatGPT por dia em janeiro, mais que o dobro dos níveis de dezembro.
O ChatGPT é um LLM, (large language model) e representa um avanço nas ferramentas de inteligência artificial (IA) baseadas no NLP (natural language processing). A plataforma usa informações disponíveis na internet até o ano de 2021 e, a partir de determinada informação, consegue gerar respostas e criar conteúdos em vários formatos, como artigos, livros e pesquisas. Além disso, a ferramenta pode ser usada para criar assistentes virtuais para interagir com usuários, tem também a capacidade de fazer traduções e de resumir ou expandir textos em vários idiomas, e ainda classifica, categoriza e qualifica publicações, pesquisas científicas, livros ou qualquer texto, podendo responder as demandas no padrão que o usuário desejar.
Quando falamos da área da saúde, os ânimos também estão exaltados com o ChatGPT. Em dezembro de 2022, o estudo “Performance of ChatGPT on USMLE: Potential for AI-Assisted Medical Education”, causou polêmica ao mostrar que a plataforma teve boa performance no United States Medical Licensing Exam (USMLE), o exame oficial para obter a licença médica nos Estados Unidos que é dividido em três etapas.
O estudo aponta também que “inspirados pelo desempenho no USMLE, médicos da Ansible Health, uma clínica para doenças pulmonares crônicas, começaram a experimentar o ChatGPT como parte de seu fluxo de trabalho”. Nessa clínica, os médicos, por exemplo, solicitam que o ChatGPT ajude na redação de cartas aos beneficiários ou nos relatórios de radiologia. “No geral, os médicos relataram uma redução de 33% no tempo necessário para preencher a documentação e tarefas indiretas de atendimento ao paciente”, explica o relatório.
Em relação à pesquisa e publicação de trabalhos, o ChatGPT também já gerou discussões. No início do ano, a revista Nature determinou que programas como esse não podem levar o crédito como autor, porque “qualquer atribuição de autoria traz consigo a responsabilidade pelo trabalho, o que as ferramentas de IA não podem assumir”. Por outro lado, um artigo publicado recentemente na revista Radiology foi escrito quase inteiramente pelo ChatGPT. O texto questionava se um autor humano poderia ser substituído pela máquina.
À medida que a inteligência artificial avança, associações e organizações médicas colocam na balança os vários benefícios que a solução oferece para ajudar na prática médica sem deixar de lado as questões éticas. E ainda virá mais novidade por aí. A Open AI firmou parceria com a Microsoft e anunciou o lançamento da versão 4.0 do GPT, mais eficiente que a atual.