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Pesquisadores da Universidade de Wisconsin-Madison, nos EUA, estão cultivando células oculares em laboratório como um passo importante para tratar doenças e, futuramente, ajudar no transplante de pacientes. As descobertas foram publicadas na semana passada, na revista científica PNAS.

Anteriormente, cientistas já haviam gerado organoides (aglomerados de células auto-organizados em formas 3D no laboratório) que se assemelhavam à forma e à função de uma retina real.

Depois, a mesma equipe de pesquisadores mostrou que as células da retina cultivadas em laboratório poderiam responder a diferentes comprimentos de onda e intensidades de luz, bem como alcançar células vizinhas para fazer conexões — assim como as originais.

Agora os cientistas tratam o último estudo como a última peça para fechar esse “quebra-cabeça”. O principal autor da pesquisa, o oftalmologista David Gamm, disse em um comunicado que a equipe queria usar as células dos organoides como “peças de reposição” para as que foram perdidas com doenças da retina.

A retina é formada por um aglomerado de células contendo as fotorreceptoras, responsáveis por transformar os comprimentos de onda da luz em sinais que o cérebro interpreta como visão.

Os testes da descoberta
Após o cultivo do material ocular em uma placa de laboratório por meses, a questão sobre como as células se comportariam depois de separá-las permaneceu. Segundo os pesquisadores, essa é a chave para introduzi-las no olho de um paciente.

No entanto, fazer isso depende capacidade de as células se conectarem umas às outras usando extensões chamadas axônios, com uma caixa de sinalização química chamada sinapse — o que formaria uma junção.

Para garantir que as conexões de trabalho tenham sido feitas, a equipe separou grupos de células da retina e observou-as se reconectando. Depois, os pesquisadores adicionaram um vírus para migrar dentro do tecido ocular ao longo de uma semana, indicando que as conexões sinápticas realmente aconteceram.

Os pesquisadores acreditam que estão no caminho certo, já que análises desse material mostraram que os tipos de células que mais comumente formavam sinapses eram os fotorreceptores, comumente distinguidos como bastonetes e cones (tipos oculares).

Isso é positivo, disse a equipe. Esses tipos de células são perdidos em doenças como retinite pigmentosa e degeneração macular relacionada à idade.

O novo processo pode ser útil no tratamento de distúrbios como o glaucoma, em que o nervo ótico que conecta o olho ao cérebro é danificado. Os cientistas esperam que os próximos passos envolvam testes clínicos em humanos.

Fonte: Redação Byte

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