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Por Úrsula Neves 
Um estudo dinamarquês publicado na revista Ophthalmology, da Academia Americana de Oftalmologia, revelou que a cirurgia de catarata melhora a qualidade do sono, além de combater a sonolência diurna que aumenta o risco de acidentes e quedas comuns em quem tem a doença. O estudo foi realizado com 73 participantes de 50 a 94 anos, todos portadores desse problema.
Entre as descobertas, os pesquisadores constaram que a intervenção cirúrgica aumentou em até três vezes a absorção de luz azul pelas células da retina, incitando a fabricação de melanopsina. Essa substância, por sua vez, age na produção de um hormônio chamado melatonina, que induz o sono no período noturno.
Ou seja, ao realizar a cirurgia, que substitui a estrutura opaca dos olhos por uma lente transparente, o ciclo biológico do paciente é regulado. Em outras palavras, é como se o organismo reaprendesse a diferenciar o claro do escuro e, a partir daí, preparasse o corpo para repousar de forma correta durante a noite.
Os pesquisadores apontam também que, no caso dos pacientes diabéticos, quanto mais tempo a cirurgia for adiada, maior o risco deles desenvolverem retinopatia, o que pode causar cegueira. Daí o motivo que não se deve esperar que as alterações visuais se agravem para consultar um oftalmologista.
“A cirurgia de catarata, principalmente, nos casos mais avançados, pode beneficiar o organismo dos pacientes ao retorno da normalidade do ciclo circadiano ou relógio biológico. Este ciclo é uma espécie de relógio que governa as ações diárias de nossas células do corpo. Para isso, ele utiliza a alternância da luz do dia com a escuridão noturna. Como a catarata escurece a visão, ela atrapalha a percepção da luz, afetando o ciclo circadiano. É graças ao nosso relógio biológico, há a liberação de nossos hormônios em determinados horários do dia e outras substâncias que podem alterar o ciclo do nosso humor e sono. Sendo assim, de acordo com artigos publicados recentemente, é possível que haja a melhora nesses ciclos ao realizar a cirurgia da catarata, assim, como a melhora da visão”, explica o oftalmologista Rodrigo Schwartz Pegado, especialista em retina e vítreo, e membro titular da Sociedade Brasileira de Oftalmologia.
Tipos de cataratas
A catarata está entre as principais enfermidades causadoras da cegueira. O tipo mais comum é a catarata senil, ou seja, o envelhecimento natural do cristalino ao longo da vida. Além deste, existe também a catarata congênita, na qual o bebê já nasce com catarata (forma mais rara) e causas secundárias como o uso crônico de corticoide, doenças metabólicas, diabetes, uveítes (inflamação intraocular), trauma e exposição excessiva à radiação ultravioleta.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a catarata é responsável por 47,8% dos casos de cegueira no mundo, acometendo principalmente a população idosa. Já de acordo com a Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO), por ano surgem cerca de 550 mil novos casos no Brasil. Em 2016, mais de 450 mil pacientes fizeram a cirurgia pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e no Brasil, ela é respons

Fonte: PEBMED

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