Como aprender e ensinar a facoemulsificação foi tema de um painel hoje de manhã que teve Jonathan Clive Lake como entrevistador. Eduardo Soriano falou sobre a importância de ter uma sistemática no ensino de residentes. “Entendo que isso requer padronização, é uma questão de processo. Tive a oportunidade de adaptar um sistema do Japão de ensinar o aluno de trás para frente. Foi um jeito interessante de reduzir a frequência de complicações”, explicou.
Depois da realização com sucesso de pelo menos cinco dessas etapas, evolui-se para etapa anterior da cirurgia. “Recomendaria essa maneira que não é fácil porque o residente quer chegar na cirurgia e partir do começo ao fim. A forma retrógrada de ensino seria a mais lógica na minha forma de ver”, argumentou Soriano. Isso, segundo ele, aconteceria no final do R1, depois do aluno ter conhecimento teórico da cirurgia e ter assistido a vídeos de wet labs.
Bruno Castelo Branco contou que no R1, a primeira coisa é ensinar a aspirar o viscoelástico e os alunos se acostumam com o microscópio. “A parte mais importante na cirurgia de catarata é ter um microscópico cirúrgico que te permita enxergar”, revelou. O oftalmologista ainda falou sobre a relevância da tecnologia para o sucesso da cirurgia. “Estudos mostram que quanto mais se agrega tecnologia, se reduz muito o número de complicações”, afirmou.
O oftalmologista Wagner de Oliveira Costa Lira explicou que onde trabalha a prática cirúrgica começa no R2. “Depois de o residente estar capacitado para a cirurgia fico no carona e seguro o distal de forma que ele não opera. Ele acha que opera mas quem executa somos nós. Depois de 15 ou 20 cirurgias liberamos aos poucos. Ela ficou famosa como cirurgia a quatro mãos porque o aluno não opera nada mas sente que está operando”, contou.
Fonte: Revista Universo Visual