Segundo o Centers for Disease Control (CDC), só nos Estados Unidos os danos no nervo óptico, uma das principais causas de cegueira e deficiência visual, afetam mais de 3 milhões de pessoas. O glaucoma, caracterizado por um efeito adverso no fluxo líquido do olho e subsequente dano ao nervo óptico, é a causa predominante dessa condição.
Até agora, essas lesões eram consideradas permanentes devido à incapacidade das células nervosas de se regenerarem. Mas um estudo capitaneado pelo neurocientista Ephraim Trakhtenberg, da Faculdade de Medicina da UConn, revelou que a proteína do fator nuclear eritróide 3 (Nfe3), encontrada em nervos originários da retina e não produzidos por neurônios adultos em condições normais, pode estimular o crescimento dessas células nervosas.
Sobre o estudo
Para o levantamento, publicado no jornal Experimental Neurology, a equipe de pesquisadores aplicou a terapia gênica em camundongos adultos com lesões no nervo óptico, induzindo a produção de Nfe3, o que levou ao crescimento de fibras nervosas individuais. Isso reflete a eficácia dos fatores regenerativos mais conhecidos, mas o Nfe3, de acordo com a equipe, se destaca pela ausência de riscos associados, como inflamação ou indução tumoral, tornando-se um candidato mais promissor para novas pesquisas.
O próximo passo é o avanço para uma fase que os cientistas consideram crucial, que envolve monitorar as células nervosas em regeneração durante vários meses para determinar se elas se reconectam com sucesso ao cérebro, passo importante para a restauração da visão. Segundo eles, se bem-sucedida, a reconexão poderá posicionar o Nfe3 como uma opção de tratamento viável não apenas para danos ao nervo óptico, mas também pode oferecer novos caminhos para tratar a paralisia e outros danos nos nervos cerebrais e da medula espinhal, definindo uma nova fase no tratamento de distúrbios neurológicos.
Fonte: Ophthalmology Breaking News