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Uma doença rara e agonizante apelidada de “olho de Natal”, causada por secreções tóxicas de um minúsculo besouro nativo da Austrália, ressurgiu em uma parte remota do Sudeste do país. O problema ocular, pouco estudado, provoca uma dor excruciante que costuma ser comparada à do parto, afirmam especialistas.

Um dos aspectos mais incomuns da doença é que ela normalmente só é encontrada na região australiana de Albury-Wodonga, cerca de 300 quilômetros a nordeste de Melbourne, segunda maior cidade do país. Por isso, é também conhecida como “síndrome de Albury-Wodonga”, além de “ceratite de Harvester”.

Recentemente, houve um aumento de casos na região, afirma Rob Holloway, um optometrista da região, possivelmente relacionado a fortes chuvas no inverno e na primavera – um ressurgimento da doença que tem preocupado os especialistas locais.

— Este ano tem sido estranho. Não tivemos nenhum (caso) até a semana antes do Natal, mas desde então fomos inundados por provavelmente uma quinzena. Desde o Natal, vimos de 25 a 30 casos. Em um ano normal, você pode ter 10. Houve muito, muito mais do que normalmente haveria — diz Holloway.

A incidência geralmente tem ligação com o trabalho agrícola, devido à presença dos insetos, espécies nativas de besouros orthoperus, que medem menos de um milímetro de comprimento. Por aparecer durante o verão, ou seja, próximo ao Natal, acabou ganhando o apelido.

Os besouros esguicham um composto tóxico quando esmagados – por exemplo, por alguém esfregando o olho. Holloway diz que muitas vezes é fácil de diagnosticar a doença devido à gravidade da dor que ela proporciona.

— O nível de dor geralmente é o que diagnostica imediatamente — diz à AFP. — O inseto tem um componente chamado pederina, que é um agente causador de bolhas. Isso é secretado na superfície do olho e faz com que ela produza bolhas que caem — explica.

A optometrista de Wodonga, Kelly Gibbons, disse que ouviu as pessoas “compará-la (a dor) com o parto”. “Essas pessoas estão em uma miséria abjeta”, disse em entrevista à emissora nacional ABC.

Felizmente, conta Holloway, o “olho de Natal” é fácil de tratar com remédios convencionais, como antibióticos. “O importante é que (o paciente) se recupera muito bem. Quinze dias depois, não há evidências disso (o problema)”, afirma.

Fonte: AFP

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