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Sacada

Ter uma “grande sacada” é uma expressão que surgiu nos anos 80 e pode ter duas origens: sacar uma ideia da mente OU fazer uma jogada de truco. Independentemente da verdadeira origem, essa característica nacional tem sido pouco aplicada na área da saúde, especialmente no dia a dia das estruturas hospitalares e ambulatoriais. É nesse cenário que milhões de profissionais percebem as dores, muitas vezes reclamam, mas raramente expõem suas ideias de como melhorar as “pequenas” falhas do sistema.

A falta de escuta e a raridade de consequências para as exposições das ideias são alguns dos motivos pelos quais perdemos inúmeras oportunidades de progresso. No entanto, a inovação mais corriqueira, mas não menos importante, em saúde pode ser alcançada por meio de um “insight” sobre um processo ou produto.

Aqui falamos de propostas que parecem “bobas”, e que achamos as vezes que “nem vale a pena” comentar, pois não vão revolucionar o sistema, e nem estão calcadas numa ciência básica bem estudada, e profunda o suficiente, para eventualmente ter sido publicada em revistas “peer reviewed” e ser linha de pesquisa de um ótimo programa de pós-graduação…. calma. MENOS!!!

Queremos, sim, percepções de quem está em campo, como as iniciativas que foram recolhidas nos corredores do grande grupo de saúde norte americano Kaiser Permanente, na década passada. Eram caixas de sugestão para os colaboradores, colocadas em todos os locais, até nos banheiros, que resultaram em grandes avanços na cultura e melhoria de processos internos.

Durante a leitura dos artigos desta edição, a experiência e observação crítica trazem grandes “sacadas”, desde a importância dos livros impressos até a avaliação de candidatos a lentes premium e a já incorporada tecnologia generativa. São opiniões baseadas em experiência e em fatos vivenciados e ocasionalmente testados e publicados, mas fundamentalmente são pontos de vista privilegiados.

A chamada desse editorial é para que o valor de cada “sacada” seja percebido. Que todos se manifestem e sejam ouvidos. É preciso criar uma cultura de transformação, conversando, explicando e desenhando soluções nos cafezinhos e nas chamadas “zonas de colisão”. Muitas vezes, a solução está bem ao nosso lado. Vamos ressignificar o “jeitinho” brasileiro para avançar na área da saúde.

Boa leitura, e até a próxima!

Paulo Schor | Editor clínico

 

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