Por Christye Cantero
“Liderança, Inovação, Network e Startup” foi tema de palestra realizada na manhã desta sexta-feira, 6 de setembro, durante o 63 Congresso Brasileiro de Oftalmologia. A atividade for coordenada por Cristiano Caixeta Umbelino, (SP), Marcos Pereira de Ávila (GO), Alexandre Marques Rosa (PA) e Fernanda Belga Ottoni Porto (MG).
Em sua explanação, Rosa, da Universidade Federal do Pará, ressaltou a importância de definir alguns pontos que farão a diferença nos negócios. O primeiro deles é definir qual é o propósito que a pessoa, ou a empresa, tem, ou seja, o que a motiva a sair de casa pela manhã. “Se o foco não fosse ganhar dinheiro, continuaria fazendo o que faz hoje? Essa seria uma importante pergunta a se fazer, afinal hoje as pessoas querem se conectar com empresas e pessoas que vendem propósito e não apenas produtos e serviços”, constatou. “Quem consome seu produto tem de sair melhor que quando entrou nesta relação . O check-out tem de ser melhor que o check-in”.
Outro fator importante levantando pelo professor é olhar a próxima curva, o que ainda está por vir, como, por exemplo, alteração genômica e telemedicina. Ele deu o exemplo da Embraer, uma das poucas brasileiras que tem escritório no Vale do Silício e se posiciona como a empresa que transporta pessoas de um lugar para o outro. “Baseada nisso, investe em todas as tecnologias que se referem à transporte”, explicou. O terceiro foco de atenção é questionar sempre. “Quando só se encontra a mesmice, não se recria. Conecte-se com pessoas diferentes”. Segundo ele, é preciso questionar também o modelo educacional tradicional. “É preciso treinar a mente para pensar, essa é a função como mentor dos alunos. Tem de inspirá-los cada vez mais , completou.
Rosa ainda destacou ser necessário focar na experiência que as pessoas têm, seja por meio de produtos ou serviços. “Dessa forma, o cliente torna-se embaixador da sua marca”, apontou. O quinto ponto que o professor destacou é a aposta na diversidade. “Convivam com pessoas diferentes, mas que estejam olhando para o mesmo ponto”, aconselhou. Como exemplo temos o Vale do Silício, que reúne 51% de trabalhadores que não são americanos, e as empresas de coworking que agregam em um mesmo espaço companhias de diferentes segmentos, como arquitetura, direito e gestão.
“Só se consegue trazer coisas novas para o cotidiano se me libero das antigas, e isso se refere também às pessoas. Elas são peso ou combustível. Se querem ser águias, convivam com as águias”, finalizou.
Na sequência, Maurício Prudente, cardiologista intervencionista e CEO do Grupo Encore, de Goiânia, falou sobre a Gestão do Amanhã. “Estamos vivendo a revolução digital, passando do raciocínio analógico para o digital”, ressaltou. Para fazer a gestão no futuro, o cardiologista comentou que é necessário planejar, corrigir o rumo dos negócios, tomar decisões e acompanhar regularmente sua execução. “É preciso desaprender para aprender de novo, inovar, assumir riscos”, apontou. “Não adianta pegar mapa velho para descobrir terras novas”. Fazer sempre do mesmo jeito não irá gerar resultados diferentes”, destacou Prudente.
Usando o conceito de design thinking, destacou ainda que q tecnologia não vai fazer nada pela saúde, é a saúde que vai fazer por ela. “A tecnologia é ferramenta e saúde é o propósito”, disse.
Prudente também enumerou os desafios que os médicos têm como empreendedores: fluxos de caixa, feudos internos, estrutura de custos, transformação digital, rotatividade e ineficiência de processos. “A previsão é que até 2030 os negócios de saúde movimentem US$ 10 trilhões. Até 2050 a população do planeta atingirá a marca de 10 bilhões de pessoas. Sem contar que a população está envelhecendo. Para aqueles que se apavoram com o surgimento de novos cursos de medicina, não haverá profissionais para cuidar de tanta gente”, apontou o cardiologista.
O palestrante terminou dizendo que os computadores podem ser inteligentes, mas não têm consciência. “Temos de nos concentrar no nosso comportamento. Teremos de ser mais humano, mesmo que menos inteligentes. O computador nunca será mais consciente que a raça humana. Faremos a diferença sempre em problemas complexos. O profissional do futuro resolverá problemas complexos, terá flexibilidade cognitiva e inteligência emocional”, concluiu.
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