O espanhol Ernesto Díaz, ex- Vice Presidente Senior da Essilor Europa assume como CEO Essilor Latam em novo posicionamento da multinacional francesa. Díaz já assumiu o novo cargo e tem como base o escritório da Essilor Brasil que fica em Botafogo no Rio de Janeiro.
Formado em Engenharia Industrial pela Universidade Politécnica de Madri e com pós-graduação em marketing pela IE Business School, também na capital espanhola, o engenheiro e especialista em marketing e vendas já tem um histórico de 16 anos na Essilor. Com uma carreira gerencial clássica, como ele mesmo define, Díaz começou como diretor comercial da Essilor Espanha em 2001; entre 2008 e 2010, foi diretor de desenvolvimento de negócios para a Europa da Essilor Internacional; de 2010 a 2012 atuou como vice-presidente de marketing e desenvolvimento de vendas da Essilor Europa. Entre 2012 e 2014, acumulou os cargos de diretor de marketing para a Essilor Espanha e vice-presidente de marketing e desenvolvimento de vendas para a Europa. Durante dois anos, de 2014 a 2016, foi vice-presidente sênior para a Irlanda, Espanha, Portugal e Países Nórdicos. Em 2016 tornou-se vice-presidente sênior para a Europa, e em janeiro de 2018 assumiu oficialmente o cargo de CEO Essilor Latam.
Em entrevista à equipe da Universo Visual, Díaz afirmou que o Brasil é muito importante para a Europa, além de ser “mais interessante que o velho continente.
Desafios
A partir da perspectiva do novo cargo, Ernesto Díaz afirmou que sua maior preocupação é com o alto índice de brasileiros com necessidade de prescrição de lentes oftálmicas, mas sem acesso a elas. “O meu desafio é, primeiro, a capacitação dos balconistas (das ópticas) para poder falar de inovação, de diferenciação etc. O problema que temos no Brasil, comparado com a Europa, é que a rotatividade [desses profissionais] é muito alta. Temos que ver com nossos parceiros como estabilizar [a mão-de-obra]. Ter uma visão a longo prazo faz a diferença. O segundo desafio é como desenvolver uma estrutura para o consumidor ter uma atenção maior para a importância da saúde visual. São essas duas coisas que temos que trabalhar. E para fazer isso nós temos que atuar lado a lado com CBO, SOBLEC etc. A história da Essilor é a proximidade. Nós estamos fazendo isso, com inovação, relacionamento e serviço , decalara.
Essilor/Luxottica
Em fevereiro desse ano, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a fusão das operações da francesa Essilor Internacional e da italiana Luxottica. A transação foi avaliada em 46 bilhões de euros. Em março, porém, a alemã Zeiss recorreu contra a decisão com o argumento de que a fusão poderia prejudicar a concorrência do setor de saúde visual em função da concentração de forças pela união das duas empresas. O Cade negou o recurso e manteve a aprovação da fusão. A respeito desse tema, Díaz informou que não poderia comentar além do que já é público, mas explicou detalhes técnicos do assunto. “O acordo de fusão depende da aprovação de cinco membros votantes: União Europeia, Estados Unidos, Canadá, China e Brasil. Os três primeiros aprovaram, a China está em processo, e o Brasil ainda vamos ver. Essa fusão é um caso único na história da óptica, do business. Não é uma compra, é uma combinação. Tecnicamente é uma compra, mas [as empresas] são complementares. São duas companhias diferentes, Essilor e Luxottica, subordinadas a uma holding Essilor/Luxottica. Teremos o mesmo número de conselheiros de Essilor e Luxottica. O presidente é o senhor Leonardo Del Vechio, e o vice-chairman é o senhor Hubert Sagnières, mas os dois terão os mesmos direitos. A política da Essilor não vai mudar em nada , detalhou Díaz. “Nós temos uma missão que é erradicar os problemas de visão de uma geração. Como Essilor/Luxottica, esperamos poder um dia falar com os políticos brasileiros, dizer que eles precisam ajudar, colocar dinheiro. Porque não é normal que as crianças brasileiras não avancem na escola porque não têm visão. Não podemos aceitar. A fusão vai nos ajudar a fazer isso , completou o executivo.
Fonte: Universo Visual