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O glaucoma de ângulo aberto é a forma mais prevalente da doença e a segunda causa de cegueira no mundo. Além dele, há também: 
Glaucoma de ângulo fechado, ou glaucoma agudo, no qual há uma predisposição anatômica para o fechamento do ângulo formado entre a íris e a córnea;
Glaucoma Secundário, que se estabelece após a progressão de outros eventos traumas, catarata, alterações de pigmento, oclusão de vasos dentro da retina, retinopatia diabética, entre outros;
Glaucoma Congênito, que como o próprio nome diz, decorre de eventos ocorridos na vida intrauterina que resultam em malformação do sistema de drenagem do olho.
Neste texto, focaremos no tipo aberto, que é neuropatia óptica progressiva tratável. Porém, quando não há detecção precoce, a cegueira é irreversível. Apesar da etiologia e dos fatores que contribuem para a progressão ainda serem desconhecidos, sabe-se que o controle da pressão intraocular evita a o avanço nos estágios iniciais e finais do glaucoma. Também estão em estudo procedimentos para tratar e proteger diretamente as células ganglionares da retina danificadas no glaucoma.
Estimativas indicam que mais de 66 milhões indivíduos em todo o mundo sofram com glaucoma de ângulo aberto. Destes, pelo menos 6,8 milhões são bilateralmente cegos. Porém, imagina-se que esses números estejam subestimados, já que há muitos pacientes com diagnóstico errado ou tratados de forma inadequada. 
Para fazer o diagnóstico precoce do glaucoma de ângulo aberto, o mais comum é a realização do exame do disco óptico, da camada de fibras nervosas da retina e do campo visual. Atualmente, pode-se contar também com exames de imagem e psicofísicos para melhoria da detecção e o monitoramento da progressão. 
Fatores de Risco 
Os fatores de risco para o glaucoma de ângulo aberto incluem idade avançada, histórico familiar (parentes de primeiro grau com glaucoma de ângulo aberto são considerados duas a três vezes mais susceptíveis), etnia (mais prevalente em afro-americanos e hispânicos) e baixa pressão sistólica ou diastólica (pressão arterial baixa relaciona-se à baixa perfusão ocular, levando a danos).
Estudos de base populacional indicam que pode haver associação entre diabetes tipo II e glaucoma de ângulo aberto. A patologia ocular microvascular do diabetes pode aumentar a suscetibilidade do olho à doença. Sendo assim, a adesão ao tratamento dietoterápico torna-se fundamental como coadjuvante do tratamento medicamentoso. 
Tratamento do Glaucoma de Ângulo Aberto
O objetivo principal da terapia do glaucoma é prevenir a progressão do dano do nervo óptico para preservar a visão do paciente. Como já mencionado, a diminuição da pressão intraocular é o fator de risco modificável mais palpável para o tratamento. Sendo assim, a terapia concentra-se nela. Uma redução de 25% a 30% da pressão intraocular no olho (ou olhos) é uma meta considerada aceitável. Porém, se a doença está progredindo apesar do alcance da meta, o médico pode estabelecer medidas mais rígidas.
Medicamentos análogos de prostaglandinas são a classe usada com mais frequência na prática clínica. Pacientes idosos precisam de geralmente dois a três diferentes medicamentos oftálmicos para prevenir a progressão do glaucoma de ângulo aberto. É importante atentar-se para os possíveis efeitos colaterais oculares decorrentes do uso dessa classe de medicação, tais como: hiperemia, conjuntivite alérgica, ceratite, uveíte, aumento da pigmentação e vermelhidão na área periorbital e aumento da pigmentação da íris.
Intervenções cirúrgicas, como laser trabeculoplastia ou cirurgia incisional, também podem ser recomendadas. A trabeculoplastia seletiva a laser é fortemente recomendada quando a adesão a múltiplos medicamentos oftálmicos pode ser difícil por problemas de memória, capacidade motora, custos, entre outros.
Fontes usadas para consulta:
Weinreb RN, Khaw PT. Primary open-angle glaucoma. Lancet. 2004 May 22;363(9422):1711-20. doi: 10.1016/S0140-6736(04)16257-0. PMID: 15158634.
Marshall LL, Hayslett RL, Stevens GA. Therapy for Open-Angle Glaucoma. Consult Pharm. 2018 Aug 1;33(8):432-445. doi: 10.4140/TCP.n.2018.432. PMID: 30068436.

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