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Em artigo publicado no site da Glaucoma Research Foundation, Jeffrey Goldberg, professor e presidente de oftalmologia no Byers Eye Institute da Stanford University School of Medicine, fala sobre a evolução da pesquisa com células-tronco e sobre a segurança de seu uso no tratamento para o glaucoma. Segundo ele, esta é uma dúvida frequente entre os pacientes, principalmente entre aqueles que já perderam parte da visão por causa da doença.

Goldberg explica que a perda de visão no glaucoma está associada à degeneração das células ganglionares da retina (RGCs), e aponta que a premissa de substitui-las por células-tronco para restaurar a visão é convincente. Ele aponta que há muitos progressos em relação à terapia celular para o glaucoma e que os laboratórios de pesquisa descobriram como transformar células-tronco em RGCs humanas no laboratório, permitindo caracterizar sua função e anatomia com detalhes moleculares ultrafinos. “Além disso, os transplantes de RGC humanos em modelos pré-clínicos de animais com glaucoma ou doenças oculares relacionadas semelhantes a doenças humanas estão progredindo cada vez mais, mostrando-se mais promissores – embora ainda haja mais questões a resolver”, ressalta o médico no artigo.

Entre as perguntas que ainda estão sem respostas estão como obter células suficientes transplantadas na retina para melhorar significativamente a visão; como maximizar a integração das células doadoras no circuito da retina, e quanta imunossupressão é necessária a curto ou longo prazo. Ele destaca também que outro ponto que merece atenção é o progresso na conversão de células da retina em RGCs de substituição usando terapia genética. “A ciência sobre como aproveitar nossas chamadas “células-tronco endógenas” está avançando rapidamente”, ressalta no artigo.

Em relação à segurança dos tratamentos com células-tronco para o glaucoma ele pondera que ainda não há segurança para fazer testes seguros nos pacientes. “Alguns ensaios clínicos provisórios para outras doenças oculares além do glaucoma começaram nos Estados Unidos. Como o Food and Drug Administration (FDA) não é capaz de supervisionar e impedir o funcionamento de clínicas de células-tronco desonestas, os pacientes correm um risco significativo de serem enganados e experimentarem produtos inseguros nas mãos de praticantes questionáveis”, revela.

Goldberg afirma que os riscos são significativos. Há, por exemplo, casos de uma clínica na Flórida em que os pacientes ficaram cegos. O médico também dá o exemplo de um paciente com tumores causados ​​por injeções de células-tronco. Caso o médico considere a terapia com células-tronco, Goldberg aconselha: “eu confirmaria por escrito que o que está sendo oferecido a um paciente foi publicado em artigos revisados ​​por pares em jornais conceituados; se faz parte de um ensaio clínico encontrado em clinicaltrials.gov; e se é um estudo registrado no FDA (com número de IND atribuído)”, finalizou.

Fonte: Glaucoma Research Foundation

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