Por Christye Cantero
O primeiro dia do 63º Congresso Brasileiro de Oftalmologia traz o Dia Especial com, apresentações e debates focados nos avanços ocorridos em grandes áreas da oftalmologia.
Coordenado por Paulo Augusto de Arruda Mello e Wilma Lelis Barboza, o Dia Especial de Glaucoma contou com quatro módulos. Em um deles, o tema abordado foi “Conduta Atual em Casos de Glaucoma de Pressão Normal”.
Roberto Galvão, oftalmologista de Pernambuco, falou sobre Glaucoma de Pressão Normal (GPN). ” Os principais desafios relacionados ao diagnóstico deferencial são a tonometria e a gonioscopia”, ressaltou Galvão. Ele concluiu afirmando que o Glaucoma de Pressão Normal é diagnóstico de exclusão. “A causa vascular hoje é a melhor documentação”, concluiu.
No mesmo módulo, Heloísa Russ, professora associada de pós-graduação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), apontou que o principal diagnóstico diferencial de GPN é o glaucoma primário de ângulo aberto (GPAA). “Isso ocorre com grande variação diurna da PIO e-ou espessura corneal central diminuída”, ressaltou.
A professora ainda listou outros diagnósticos diferenciais: burn-out glaucoma, neurite óptica isquêmica, neuropatia óptica, lesão compressiva do nervo óptico, perda sanguínea importante, hipertensão sistêmica noturna, doença meníngea, sinais de má perfusão do sistema nervoso central, e esclerose múltipla.
O oftalmologista Fabio Kanadani, de Minas Gerais, comentou que boa parte dos profissionais baseiam-se na PIO abaixo de 21 para diagnosticar glaucoma. Mas isso não é o suficiente. “Entre 30 e 40% dos pacientes com glaucoma apresentam PIO abaixo de 21. Entre os sul coreanos, este número sobe para 94%. “A avaliação do campo visual central pode ser o pulo do gato para o diagnóstico precoce”, revelou.
Kanadani deu ainda várias dicas para que se determine se o paciente tem ou não glaucoma. Uma delas é examiná-lo além dos olhos. “Ao pegar na mão de uma pessoa, por exemplo, se as pontas dos dedos estiverem muito frias pode indicar baixa pressão periférica”, comentou. Outras dicas são estar atento aos grupos mais suscetíveis, investigar apneia obstrutiva, e o descenso noturno no Mapa de 24 horas. “É sempre importante investigar além do que o paciente informa”, finalizou.
Fonte: Universo Visual