A nova aposta do grupo Salus Par, detentor da marca Sorridents é a rede de clínicas oftalmológicas Olhar Certo. A empresa foi aberta em 2018 pelo casal de médicos oftalmologistas Priscila e Fernando Drudi, em sociedade com Carla Sarni, fundadora da clínica odontológica, e faturou R$ 3 milhões em 2019, com duas unidades próprias na zona leste de São Paulo.
A partir de hoje, a marca anuncia oficialmente a abertura para franquias. O plano é chegar a 20 unidades ainda neste ano. A primeira deve abrir as portas na Vila Mariana, zona sul, em até três meses.
A ideia para a Olhar Certo surgiu quando Fernando embarcou em uma expedição à Amazônia, em 2017, para atender a população ribeirinha. Ele conheceu um casal de idosos que estavam cegos, com catarata, e não podiam fazer nada por conta própria. Após a cirurgia, eles recuperaram a independência. Aquilo despertou a vontade no empreendedor de levar atendimento médico para mais pessoas.
Fernando é primo de Carla. Ele e Priscila, que também é médica, apresentaram a proposta para a empreendedora, que topou na hora. O grupo fez um investimento de R$ 1,5 milhão para a abertura da primeira unidade no Jardim Iguatemi, em 2018. A segunda clínica abriu no Tatuapé, no ano passado.
“Nosso foco é levar para pessoas sem convênio médico, desassistidas”, diz Priscila. A primeira clínica foi inaugurada ao lado de uma Sorridents. A rede pretende usar a expertise da marca mais antiga para atingir o mesmo público-alvo, concetrando majoritariamente nas classes C e D.
Rede construirá centro cirúrgico próprio
Atualmente, as cirurgias são feitas em hospitais e clínicas parceiros da Olhar Certo. “Como é uma holding, conseguimos ter poder de barganha maior na negociação de valores”, afirma Priscila. Assim como a Sorridents, a Olhar Certo conta com um cartão de crédito próprio que possibilita o parcelamento dos serviços em até 36 vezes.
Para o segundo semestre, eles pretendem investir R$ 1,5 milhão na construção de um centro cirúrgico. O local não está definido, mas Priscila afirma que a zona leste da cidade tem maior potencial para atender a demanda das unidades. A ideia, segundo a empreendedora, é construir um centro cirúrgico em cada região de São Paulo.
O investimento médio total em uma unidade será de R$ 550 mil a R$ 600 mil. Se todas as unidades projetadas forem, de fato, inauguradas, Priscila espera um faturamento de R$ 7,5 milhões para 2020. “A princípio nós pensamos em franqueados oftalmologistas, que poderão ter seu próprio consultório. Nós vamos dar todo o know-how de como administrar o negócio.”
Especialização será bandeira de marketing
“Hoje temos uma demanda muito grande para cirurgia de catarata. Temos também procura por consultas básicas, para troca de óculos e lentes, mas o principal é para cirurgia.” Dessa forma, as consultas oferecidas por óticas em bairros ou clínicas populares que atendem de forma massificada não assustam a empreendedora.
A Olhar Certo terá um mercado potencial pela frente: mais de um terço dos brasileiros (34%) nunca visitou um ofltalmologista, de acordo com uma pesquisa divulgada pelo Ibope no ano passado. A situação é ainda pior nas classes D e E. Além disso, duas a cada três pessoas compram óculos sem receita para corrigir problemas de visão. “A população está crescendo, envelhencendo e aumentando as patologias oculares. É um mercado muito grande”, afirma Priscila.
Fonte: Revista PEG