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Com uma média de 6 mil artigos científicos publicados por dia, número estipulado pela revista Nature, é difícil imaginar como qualquer profissional pode se manter atualizado a respeito das inovações teóricas, técnicas e tecnológicas de sua área. Quando falamos em médicos oftalmologistas, com suas rotinas de atendimentos, procedimentos e plantões, pode parecer quase impossível. Mas é fato que não há alternativa, a vocação exige constante atualização.
Enquanto é necessário manter-se a par das novidades que são divulgadas diariamente, o oftalmologista precisa contar com fontes seguras. Com a internet, o acesso a essas publicações é muito mais facilitado, mas é humanamente impossível processar tal volume de informações. Com a tecnologia, conseguimos ter diagnósticos mais efetivos e rápidos e maior precisão em procedimentos, mas é difícil e arriscado decidir pela compra de um equipamento que você ainda não conhece bem. 
Diante desses desafios, que estratégias podem ser adotadas para acompanhar as inovações e oferecer sempre a melhor opção ao paciente? É o que vamos discutir nesse artigo.
Acompanhar as inovações científicas e tecnológicas deve fazer parte da rotina do oftalmologista
Com a internet cada vez mais rápida e o desenvolvimento de softwares, equipamentos e computadores que conseguem realizar tarefas e procedimentos com acurácia, já vínhamos acompanhando uma crescente no compartilhamento de conhecimento e inovações na oftalmologia. Lasers para cirurgias oculares cada vez mais precisos, sistemas de prontuários e receitas eletrônicos que permitem o arquivamento em nuvem e softwares que ajudam na análise de exames e elaboração de diagnósticos são apenas alguns dos exemplos de tecnologias que facilitaram a atuação dos profissionais.
Desde 2020, no entanto, esse processo se acelerou. Por conta da crise sanitária causada pelo Novo Coronavírus, os oftalmologistas tiveram que se adaptar rapidamente a novas formas de atender seus pacientes e diagnosticar. A telemedicina, que havia sido proibida em 2019, voltou a ser autorizada pelo CFM em caráter excepcional para garantir a manutenção da saúde mesmo com as medidas restritivas. Além disso, parte da comunidade científica se voltou a estudar quais os efeitos da Covid-19 sobre a nossa visão e que tipo de acompanhamento oftalmológico deve ser realizado com os pacientes recuperados.
Assim como a tecnologia permitiu que patologias como o glaucoma, degeneração macular relacionada à idade e a retinopatia diabética pudessem ser diagnosticadas mais rapidamente e tratadas com mais eficácia, os achados de hoje terão resultado semelhante no futuro próximo com outras doenças. Quanto antes o profissional aprender a acompanhar o desenvolvimento científico na sua área de atuação, melhor será sua adaptação ao cenário trazido por essas descobertas.
Informação de qualidade é a chave 
Dentre todos os estudos e novidades publicados diariamente, o profissional precisa filtrar aquilo que se relaciona, direta ou indiretamente, à sua especialidade e áreas de atuação. É preciso também ter uma atenção especial às fontes, sejam elas publicações prestigiadas ou outros profissionais com notável atuação na área. Confira, a seguir, algumas dicas para processar o grande volume de informações e ter acesso ao que é importante para você.
Crie alertas no Google Acadêmico
O Google Acadêmico reúne uma série de materiais acadêmicos, entre artigos, TCCs, teses, dissertações e livros, provenientes do Google Books e de bases de dados acadêmicas livres. Com o alto volume de informações na plataforma, a melhor forma de utilizá-la é criando alertas que irão lhe notificar sempre que algo de seu interesse for publicado. Basta acessar o campo Alertas, configurar a palavra-chave ou conjunto de palavras e inserir o seu e-mail.
Também é possível seguir um autor e ser avisado sempre que ele publicar algo, o que é bastante útil para ficar atualizado sobre as conclusões e achados dos principais nomes da sua área de atuação.  
Crie alertas em bases de dados
As principais bases de dados de medicina ou de especialidades específicas também contam com a configuração de alertas que avisam sempre que um artigo sobre determinada palavra-chave ou de autoria de um pesquisador de seu interesse for publicado. Assim, é possível abranger os conteúdos que não são indexados pela plataforma do Google.
Utilize as redes sociais
Muitos pesquisadores, sites e publicações relevantes de oftalmologia têm utilizado as redes sociais para divulgar seu trabalho. Seguir esses perfis é uma outra maneira de saber tão logo um novo estudo for publicado, além da possibilidade de acompanhar bastidores da pesquisa.
Participe de congressos, eventos e cursos
Até aqui, comentamos sobre como é possível filtrar o recebimento de artigos científicos para ter certeza de consumir, pelo menos prioritariamente, as descobertas que podem ter um impacto na rotina dos profissionais. Mas, melhor do que apenas receber esses conteúdos, é bastante enriquecedor poder discuti-lo com outros colegas e até mesmo com os responsáveis pelo estudo. Por isso, é importante que os médicos oftalmologistas continuem participando de congressos, cursos e outros eventos relacionados à especialidade, sejam eles presenciais ou virtuais.
Além de debater as inovações científicas da área, essas são oportunidades de contato com fornecedores de equipamentos e suprimentos, assim como healthtechs (as startups da área da saúde), que estão sempre presentes para apresentar e oferecer demonstrações de seus lançamentos. É uma excelente oportunidade de conhecer as principais tecnologias do momento – e também discutir com os outros participantes a sua eficácia. 
Crie ecossistemas para compartilhar conhecimento
Atualmente, existem plataformas que permitem o compartilhamento de informações entre os médicos, muito utilizadas para sanar dúvidas e também dividir experiências de sucesso em tratamentos. Dentre eles, destaca-se o Watson Health, que reúne dados do mundo inteiro e sobre saúde em geral. Existem também plataformas voltadas a uma só especialidade ou, ainda, a uma só patologia, com informações ainda mais precisas. 
Apesar de exigir comprometimentos dos profissionais, manter-se atualizado sobre as novidades científicas e tecnológicas a oftalmologia deixou de ser um diferencial para se tornar uma obrigação. Afinal, a velocidade com que as mudanças acontecem é cada vez maior, o que exige do médico uma capacidade alta de adaptação para continuar oferecendo o melhor a seus pacientes e ter mais sucesso nos tratamentos. 
Fontes

Fonte: Revista Universo Visual

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