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A oftalmologista Liana Ventura, vice-presidente da Fundação Altino ventura, no Recife, ganhou um prêmio internacional pelo reconhecimento ao trabalho com crianças que nasceram com microcefalia por causa do vírus da zika. A fundação foi responsável pela identificação de problemas de visão nas vítimas da doença provocada pelo mosquito Aedes aegypti. 
No sábado (24), a médica recebe no México a medalha humanitária Benjamin F.Boyd, que é concedida desde 1987 pela Associação Pan-americana de Oftalmologia para serviços públicos de saúde dos olhos.
 Segundo Liana o prêmio representa uma vitória e um incentivo para quem tem realizado trabalhos para ajudar os pacientes mais carentes. “Estamos muito felizes com esse prêmio. Valorizamos o trabalho humanitário, coordenamos projetos em oito estados do Nordeste e realizamos pesquisas”, observa a oftalmologista.
A fundação apresentará no congresso da Associação Panamericana os primeiros resultados inéditos das cirurgias de estrabismo realizadas em crianças que tiveram Zika. “Vamos mostrar que valeu a pena investir nesse trabalho. Melhorou a resposta social funcional e também que houve evolução no desempenho global desses pacientes”, ressalta. “O prêmio também valoriza o trabalho desenvolvido pela fundação”.
Trabalho
Desde 2016, a Fundação Altino Ventura acompanha crianças que nasceram com microcefalia por causa do vírus da zika.
Um estudo da entidade mostrou que cerca de 40% dos casos de microcefalia relacionada ao Zika vírus tiveram problemas anatômicos na formação dos olhos.
A entidade realizou mutirões para fazer diagnóstico e acompanhamento das crianças. Algumas delas passaram a usar óculos especiais, fornecidos de forma gratuita.
Surto
Os casos de microcefalia relacionados ao vírus da Zika começaram a ser notificados em 2015. Naquele ano, foram registradas 272 ocorrências em Pernambuco.
Em 2018, o número caiu para dez, mas todos os casos confirmados foram de crianças que nasceram entre 2015 e 2017.
Em 27 de outubro de 2015, a Secretaria Estadual de Saúde instituiu a notificação dos casos de microcefalia, orientando todos os serviços e profissionais de saúde a notificar os casos da doença. Ao todo, 2.952 crianças nasceram com microcefalia no Brasil, porém o maior número foi em Pernambuco.

Fonte: G1

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