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Na manhã desta sexta-feira, no auditório 1, aconteceu o Dia a Dia no Centro Cirúrgico de Catarata trouxe uma série de palestras de oftalmologistas de todo país. A sessão foi coordenada por Bruna Vieira Oliveira Carvalho Ventura e Camila Ribeiro Koch, e teve como discutidores Cristiano de Andrade Pinheiro, Fábio Ursulino Reis Carvalho e José Beniz Neto.

O médico Wagner de Oliveira Costa Lira apresentou a palestra “Como fazer a transição do bloqueio para anestesia tópica?”. Já Paulo Henrique Gonçalves Escarião discorreu sobre “Antibiótico intracameral: fazer ou não?”, enquanto Kaio Santos Soares apresentou o tema “Aumentou a pressão posterior no intraoperatório: o que pode ser e como conduzir?”. “Cirurgia extracapsular por incisão pequena versus convencional” foi o tema de Marcelo Carvalho Ventura Filho e Jorge Luiz Santos Gomes abordou “Otimizando a fluídica e a facodinâmica”. Ronald Rocha Da Silva palestrou sobre “Como posso gravar minhas cirurgias em alta definição?” e Bruna Vieira Oliveira Carvalho Ventura abordou “Surpresa refracional no pós-operatório de LIO tórica: LIO rodou ou a dioptria foi calculada errada?”.

Na palestra de Pedro Carlos Carricondo, “A cápsula rompeu, e agora?”, o oftalmologista falou sobre as complicações mais graves na cirurgia de catarata. Segundo ele, de modo geral há uma taxa de complicação de 1 para 200, ou de 1 para 500 em termos de ruptura de cápsula posterior. “Quanto mais experiente o cirurgião, maior a chance de haver uma taxa muito baixa de complicação”, comentou.

Para evitá-las, o melhor caminho é a prevenção. Isso envolve identificar os pacientes de risco e planejar para determinar a técnica adequada para cada caso. “Outra questão muito importante é documentar os casos. Hoje está muito mais viável documentar para ter bons vídeos, boas imagens e conseguir, assim, melhorar a cirurgia”, ressaltou.

Caso haja ruptura da cápsula, ele alertou que é preciso identificar assim que o fato acontecer, avaliando se tem aprofundamento da câmara anterior, se a área está limpa na cápsula posterior, se a pupila está fechando, se Faco/I-A não aspiram e se já tem vítreo na câmara anterior. “Quando isso acontece é preciso ter calma. Evite manobras intempestivas, não despressurize o olho, preencha o olho com viscoelástico e identifique se há ou não vítreo”, orientou.

Outro ponto que o oftalmologista destacou é que se houver a mínima dúvida se há ou não complicação, avalie. “Muitas vezes os residentes ou cirurgiões menos experientes podem achar que não há nada de errado. Mas quando acha, já aconteceu. Então trate como se tivesse acontecido até descobrir, para a sua felicidade, que estava enganado. O foco tem de estar em resolver o problema caso ele ocorra”, disse.

Para finalizar, Carricondo disse que a ruptura da cápsula leva à inflamação, aspiração incompleta de restos corticais, luxação material cristaliniano, hipertensão ocular e glaucoma secundário. Se houver perda vítrea isso pode acarretar edema macular cistóide, deslocamento de retina, além de aumentar o risco em 1% após cirurgia de catarata, 8,6% após perda vítrea e 14,5% após perda vítrea e restos cristalinianos retidos. “Precisamos estar atentos a esses números trazidos pela literatura”, concluiu.

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