ONGs de oftalmologia: solidariedade para ver um futuro melhor

O Censo Oftalmológico realizado em 2014, apurou que, no Brasil, há um oftalmologista a cada 11.604 habitantes, e que esses médicos estavam presentes em apenas 15% dos municípios do país, concentrados, principalmente, nas regiões sul e sudeste.  A diferença entre o número de especialistas e brasileiros, reflete na dificuldade de acesso a consultas e tratamentos, especialmente à população carente, que ainda tem a situação financeira como mais um obstáculo.

Com o objetivo de mudar o cenário de um país em que 34% da população nunca foi ao oftalmologista, algumas ONGs de oftalmologia contam com doações e apoio de voluntários para realizar exames e tratamentos em quem não tem condições de buscar assistência.  A ajuda externa é fundamental para manter essas organizações operando, principalmente no cenário atual em que, devido às dificuldades econômicas trazidas pela pandemia do Novo Coronavírus, o número de doações para causas sociais tem diminuído.

É importante incentivar a solidariedade e também conhecer o trabalho das instituições que atuam com seriedade no diagnóstico e tratamento de doenças oculares por todo o Brasil. Por isso, a Universo Visual buscou algumas das diversas ONGs e instituições que realizam um trabalho humanizado e gratuito em oftalmologia dando àqueles que mais precisam a oportunidade de enxergar um futuro com mais possibilidades.

Com as medidas de restrição aplicadas desde o início da pandemia, muitas ONGs tiveram que repensar as suas formas de atuação. Algumas dedicaram seus esforços a conseguir recursos como oxigênio, máscaras, instalar leitos para pacientes com Covid-19 e distribuir mantimentos e produtos de higiene. Já para outras, como a Associação Médicos da Floresta (AMDAF), a melhor medida foi suspender os trabalhos até que a situação esteja controlada.

“Uma simples gripe pode dizimar uma população inteira. Então, evitamos fazer aglomerações para evitar o contágio dos pacientes e voluntários”, explica Frank Hida, presidente da AMDAF, que atende as comunidades indígenas da Amazônia. Apesar de terem planejado o retorno das atividades da associação para o primeiro semestre de 2021, Hida conta que, devido ao aumento do número de mortes nesse período, o conselho decidiu esperar até a segunda metade do ano – retorno que pode ser novamente adiado conforme o avanço da vacinação no Brasil.

Mesmo assim, a AMDAF continua trabalhando nos bastidores para retomar as ações assim que possível. Recentemente, a instituição lançou um novo site e um sistema de doações voltado para pessoas físicas – até então, todos os fundos vinham de contribuições dos próprios funcionários, amigos próximos ou entidades físicas. Além disso, a equipe técnica já preparou um protocolo para realizar os atendimentos com segurança, que incluem a averiguação de sintomas, uso de máscaras, álcool gel e a desinfecção periódica dos locais de consulta e dos ônibus que transportam os indígenas.

Conheça agora algumas das organizações que atuam no Brasil promovendo a saúde ocular e dando mais autonomia a milhares de brasileiros. Que tal fazer parte desse movimento? Contribua com essas iniciativas e, se você conhecer outras instituições que realizam um trabalho semelhante, deixe nos comentários que iremos complementar as informações! Assim, adicionamos mais elos a essa corrente do bem.

 

Tendo beneficiado mais de 40 mil indígenas desde 2016, a Associação Médicos da Floresta conta com uma equipe médica multidisciplinar, além de gestores e criativos, que prestam serviços de saúde em aldeias em locais de difícil acesso na Floresta Amazônica. 

Na área da oftalmologia, a AMDAF realiza consultas, exames, cirurgias de cataratas e pterígios, além de distribuir óculos – já foram mais de 2.500 pares distribuídos. A associação conta com dois projetos específicos relacionados à saúde ocular:

Amazonian Cataract Project: promove uma avaliação oftalmológica completa, com atendimento clínico e entrega de óculos aos povos da floresta. O projeto leva esse nome devido à percepção de doenças como a catarata e o pterígio bastante presentes nesses locais. Para a realização das cirurgias, a equipe conta com um projeto de logística para o transporte de medicamentos, insumos e equipamentos.

Amazonian Trachoma Project: o Tracoma é o maior causador de cegueira de origem infecciosa do mundo. Em algumas comunidades indígenas, ele está presente em mais da metade da população e infectando mais de 30% das crianças. Com as doações para esse projeto, a AMDAF realiza o tratamento dos pacientes que, caso a doença avance demais, correm o risco de ficarem cegos.

Para contribuir para a saúde ocular dos povos da floresta, você pode doar qualquer valor a partir de R$ 10,00 para um dos projetos, de forma mensal ou uma única vez. Ainda é possível lançar uma campanha própria de arrecadação em benefício da associação ou atuar como um médico voluntário. Todas as informações estão no site da AMDAF.

 

Desde 2004, a EDS atua com a missão de levar dignidade e saúde para a comunidade indígena, com atendimentos clínicos, cirúrgicos e odontológicos. Nesses 17 anos, foram mais de 58.893 atendimentos de diferentes especialidades realizados e 2.981 óculos doados.

Durante a pandemia, a organização continua operando com projetos voltados ao combate da Covid-19. Com doações de pessoas físicas, empresas e outras instituições socialmente responsáveis, a EDS conseguiu instalar 122 leitos completos no hospital de campanha de Campinas e 262 enfermarias de campanha na Amazônia para fornecer cilindros de oxigênio aos povos indígenas.

As doações para a Expedicionários da Saúde podem ser feitas recorrentemente, com débitos mensais a partir de R$ 30,00 no cartão de crédito ou doação única através do PagSeguro, Pix ou depósito em conta. Todas essas opções estão disponíveis na página da EDS.

 

Fundada em 2004 em São Paulo (SP), é uma entidade sem fins lucrativos que tem como objetivo prevenir e tratar doenças oculares nos pacientes de baixa renda que são encaminhados por instituições parceiras. Óculos, medicamentos, exames e as cirurgias realizadas pela equipe da fundação são totalmente gratuitos, custeados pelas doações recebidas. 

Novo Olhar: programa voltado para o tratamento oftalmológico de pacientes com deficiência intelectual e realizado em consultórios com acesso e equipamentos especiais na APAE de São Paulo e na Clínica de Olhos Dr. Moacir Cunha.

Boa Visão Boa Educação: programa criado para avaliar a saúde ocular de crianças e adolescentes em fase escolar.

Senhor Olhar: destinado aos idosos de baixa renda, esse programa fornece exames especializados, tratamentos e cirurgias, possibilitando a esses pacientes mais independência e qualidade de vida.

Rever: com esse programa, a fundação já foi a estados como Ceará, Bahia e Tocantins para diagnosticar e resolver, a curto prazo, problemas oculares em regiões carentes. As crianças desses locais passam por exames após uma avaliação prévia e, após o diagnóstico, recebem óculos.

Olhar Por Todos: esse programa absorve toda a demanda não contemplada pelos anteriores. Nele, são atendidas pessoas de todas as idades que chegam até a fundação através do site ou por indicação de amigos e colaboradores.

A Fundação Oftalmológica Dr. Rubem Cunha aceita doações de pessoas físicas e jurídicas. É possível doar utilizando o cartão de crédito, boleto bancário, depósito em conta e através da Nota Fiscal Paulista. Acesse o site da fundação e saiba mais sobre cada uma dessas opções.

 

Com mais de 70 anos de história, a Fundação Dorina Nowill promove a inclusão social de pessoas com deficiência visual por meio da produção e distribuição gratuita de livros em braille, falados e digitais, além de atendimento clínico e serviços de reabilitação e educação especial. Já foram mais de 6 mil títulos produzidos e 38 mil pessoas atendidas nos demais serviços. 

A Fundação Norina aceita doações financeiras através de diversos canais: cartão de crédito, débito em conta, Pix, pelos aplicativos Ame e PicPay, plataforma BSocial, dedução do Imposto de Renda ou pelo cupom fiscal. Também é possível se candidatar a voluntário. Saiba mais detalhes sobre cada uma dessas formas de ajudar no site da fundação.

 

Com um ônibus adaptado, transformado em duas clínicas oftalmológicas, a Renovatio viaja pelo Brasil realizando atendimento oftalmológico e distribuindo óculos de grau. O foco são comunidades carentes, escolas públicas, comunidades ribeirinhas, entre outros, com o objetivo de ampliar o acesso a cuidados oftalmológicos e mudar o cenário da saúde visual do Brasil.

A Renovatio é um braço da ONG internacional Good Vision Glasses, responsável pelo modelo de óculos mais resistente e de fácil montagem que é distribuído pelo projeto. O ônibus clínica já passou por 22 estados brasileiros e também esteve no Haiti, são mais de 60 mil consultas realizadas e 55 mil óculos doados. 

Você pode contribuir com uma única doação ou mensalmente a partir de R$ 20,00, com pagamento em boleto ou cartão de crédito. Também é possível se cadastrar como voluntário. Saiba mais no site da Renovatio.

O projeto Amazone-se tem o propósito de levar escuta e apoio de longo prazo às comunidades ribeirinhas da Amazônia com atendimento médico, inclusive de oftalmologia, e educação voltada à prevenção de doenças e geração de renda. Em 2020, devido à pandemia, o Amazone-se recolheu doações para a distribuição de kits de higiene e cestas básicas para as famílias que vivem às margens do rio Negro.

As doações para o projeto podem ser feitas através de depósito em conta e Pix. Saiba mais sobre o projeto Amazone-se acessando o site.

 

Criado na década de 1990, o Oftalmologia Humanitária, antes chamado de Projetos Amazônicos, oferece atendimento oftalmológico gratuito à população no interior do Amazonas. Os voluntários atuam principalmente na prevenção e correção de catarata e pterígio, doenças com alta incidência em trabalhadores de lavoura devido à exposição a raios ultravioletas. Além das consultas e cirurgias, ainda realizam a doação de óculos aos pacientes. 

O projeto é resultado da parceria entre o Instituto da Visão (IPEPO), as universidades federais do Amazonas e São Paulo, Lupas Leitor, Johnson e Johnson, Fundação Piedade Cohen, e Sociedade Amigos da Marinha de Manaus. A ação conta também com o apoio da Marinha do Brasil que disponibiliza o navio para as regiões atendidas.

Empresas fabricantes de insumos e equipamentos podem contribuir com itens para a realização de cirurgias e óculos para doação. Já os oftalmologistas e outros profissionais da saúde podem atuar como voluntários nas missões.

Entre em contato com o IPEPO para mais informações.

 

Atuando desde 1986, em Recife (PE), a Fundação Altino Ventura (FAV) tem como missão prestar assistência à saúde ocular, reabilitar pessoas de baixa renda com deficiência auditiva, física e intelectual, além de fomentar o ensino e a pesquisa científica. Ela também é credenciada ao SUS para prestar serviços médicos nas regiões Norte e Nordeste, é considerada uma Unidade de Referência em Oftalmologia pelo Ministério da Saúde e possui um Centro Especializado em Reabilitação.

Em 2019, só a emergência oftalmológica da fundação atendeu uma média de 10 mil pacientes por mês. A FAV realiza atendimento geral em oftalmologia, oferecendo consultas, exames, reabilitação, cirurgias e transplantes de córnea. 

A Fundação Altino Ventura aceita doações em dinheiro pelo PagSeguro, PayPal, depósito em conta e por telefone. Também é possível contribuir com itens que sejam úteis para os pacientes, como alimentos, roupas e brinquedos. Saiba mais no site.