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Segundo o World Report on Vision, da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 2,2 bilhões de pessoas no mundo têm deficiência visual, sendo que desses, um bilhão poderiam ser evitados, aponta o estudo. Ponto relevante nesta estatística é a catarata, principal causa de cegueira reversível no mundo. No Brasil, 25% da população acima dos 50 anos têm a doença, índice que deve crescer conforme aumenta a expectativa de vida das pessoas em todo o mundo.

Diante desse cenário, a cirurgia de catarata é um dos procedimentos mais realizados em todo o planeta e os médicos tem nas inovações tecnológicas grandes aliadas para que tenham mais segurança e eficácia durante as cirurgias. Um equipamento que tem ajudado os oftalmologistas nesta jornada é o IOLMaster 700, da Zeiss, com Swept Source Biometry. “O biômetro por Swept Source OCT é uma tendência mundial. Além de medir o comprimento axial com acurácia, mede cataratas mais densas e nos propicia a visualização dos segmentos anterior e posterior do olho, o que muito nos auxilia no estudo biométrico”, comenta a oftalmologista e especialista em cirurgia de catarata, Aileen Walsh.

Na última atualização de software, o IOLMaster 700 incluiu a topografia central, baseada na ceratometria telecêntrica. “A ceratometria telecêntrica é bem interessante e ainda nos fornece a ceratometria posterior, que deve ser considerada no cálculo de lentes intraoculares (LIOS) tóricas. Como o astigmatismo é muito prevalente na população, e sabendo o quanto ele influencia na acuidade visual pós-operatória não corrigida, em especial nas LIOS multifocais, é um cálculo muito usado no nosso dia a dia”, complementa a médica.

O oftalmologista Durval de Carvalho Jr., atual presidente da BRASCRS, diz que a recente atualização que implantou o teste de topografia simplificada também ajuda o cirurgião a obter informações adicionais e a detectar assimetrias visualmente relevantes no formato da córnea central. “Assim é possível selecionar os casos suspeitos de alterações corneanas mais graves, indicando maior atenção para o cirurgião inclusive para o caso de precisar de exame mais específico para detectar irregularidades da córnea”, ressalta.

Outro ponto destacado por ele é o sistema de checagem da condição da fóvea via OCT. “É possível fotografar a fóvea da mácula e verificar se o exame foi alinhado com a fóvea, assim se tem a certeza de que o exame foi ou não realizado com sucesso”, completa. “A atualização do IOLMaster 700 ainda teve como primeiro ganho o aumento da precisão das medidas do comprimento axial, também permitiu a medida da espessura do cristalino e da curvatura posterior da córnea. Foi um grande avanço e o equipamento passou a ser considerado padrão ouro para a biometria”, aponta Carvalho.

De acordo com o oftalmologista e chefe do Setor de Catarata da Santa Casa de São Paulo Renato Klingelfus, para os médicos um dos principais benefícios do equipamento é a segurança no resultado, além da praticidade e da agilidade no exame. “O aparelho fornece informações que permitem ter cálculos precisos para as lentes tóricas. Além disso, seja para pós-cirurgia de ceratotomia radial ou de miopia, o equipamento tem fórmulas diversas de cálculos, uma variação da suíte de Barred que permite ao cirurgião avaliar todos os tipos de situação previsíveis no instrumento”, aponta Klingelfus.

Em relação aos pacientes, Klingelfus comenta que, atualmente, uma das maiores causas de insatisfação no pós-operatório da cirurgia de catarata é o erro biométrico. “Por isso, para o paciente, esta tecnologia proporciona segurança na assertividade do cálculo biométrico”, diz. Outro benefício, segundo ele, é que o IOLMaster 700 consegue fazer as medidas sem a necessidade de dilatar a pupila. “Isso proporciona conforto para o paciente que não precisa se submeter à dilatação pupilar”.

A importância da biometria
A transformação acelerada vivenciada nos últimos tempos trouxe avanços em vários fatores. Se por um lado os pacientes estão mais exigentes, por outro a cirurgia de catarata evoluiu muito tanto na sua execução quanto nas lentes intraoculares. Neste caminho, os biômetros também evoluíram. “Quando recebo um paciente que já passou por outro médico e vem com exames prontos, o único que peço para repetir é a biometria. Justamente porque não adianta nada fazer uma cirurgia perfeita, sem complicações, com lente de excelente qualidade e não ter a biometria alinhada com o cirurgião. Isso nos dá a noção de quão importante é esse exame”, revela Carvalho.

Aileen comenta que a “moderna cirurgia refrativa da catarata tem como objetivo a recuperação da visão, com a melhor qualidade visual possível e independência do uso de óculos, melhorando a qualidade de vida dos nossos pacientes. A biometria ótica é o exame mais importante para que possamos atingir este objetivo”.

A segurança no momento do cálculo da lente, principalmente em casos desafiadores para os cirurgiões, faz da biometria um fator de segurança na cirurgia de catarata. “Não dá para pensar em lentes de alto desempenho ótico sem ter um biômetro de alto desempenho técnico, e isso este aparelho traz”, finaliza Klingelfus.

O que é o IOLMaster 700

É um instrumento de não contato que realiza medidas entre o vértex corneano até o epitélio pigmentar da retina, utilizando um método de interferometria de coerência óptica. A precisão do equipamento se encontra em ±0.02 mm ou, considerando que o método de medida do comprimento axial por biometria ultrassônica modo “A” possui uma precisão em torno de 0.10 mm a 0.12 mm, a tomada de medidas pelo IOL Master representa uma melhora de cinco vezes na precisão dos resultados. A ceratometria automática do IOLMaster®700 é considerada hoje um dos métodos mais precisos e reprodutíveis na oftalmologia, sendo de extrema importância no cálculo exato do poder dióptrico das lentes intraoculares.

Quando usar o IOLMaster 700

O equipamento fornece maior precisão em diversas situações em que a biometria convencional ultrassônica não é tão precisa, entre elas:

– Na indicação de lentes intraoculares multifocais, tóricas e acomodativas;

– No pós-cirurgia refrativa;

– Em olhos com alta miopia;

– Em implantes secundários de LIO em afácicos;

– Em implantes secundários de LIO em pseudofácicos (“piggy-back”).

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