Em 2004, um grupo de médicos da cidade de Campinas, no interior de São Paulo, se reuniu com um objetivo: levar dignidade e saúde a comunidades indígenas que vivem isoladas geograficamente na Amazônia. Nascia a Expedicionários da Saúde (EDS), organização não-governamental que conta com mais de 300 voluntários que cobriram uma área de mais de 500 mil km2 com atendimentos à população. Desde que foi fundada, já foram realizadas quase 10 mil cirurgias e mais de 125 mil exames e procedimentos.
Recentemente, a atuação da ONG foi reconhecida em todo o planeta ao conquistar o Prêmio Zayed de Sustentabilidade na categoria saúde. O evento aconteceu em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. O Prêmio Zayed foi criado pelo xeque Zayed bin Sultan Al Nahyan e é tido como um dos principais eventos de valorização da tecnologia social e sustentável. Este ano, foram inscritos cerca de 4,5 mil projetos, de mais de 150 países.
“O prêmio é muito importante, pois representa uma oportunidade única de internacionalização da EDS. O trabalho da ONG já despertava interesse de jornalistas, outras organizações sociais e de governos de outros países. Desta vez foram milhares de candidatos, inclusive órgãos estatais europeus e asiáticos”, explica o oftalmologista Mauro Campos, diretor médico da EDS, professor associado da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), pesquisador do CNPq e atuante na área de oftalmologia comunitária desde o início da década de 90. “Ao indicar a EDS para o prêmio, o governo de Abu Dhabi e a comissão julgadora entenderam que a ONG trabalha por um mundo muito melhor, com seriedade, relevância e excelência”, completa.
Além de reconhecimento, o prêmio significa recursos financeiros para a operação da ONG, garantindo a sustentabilidade do projeto. Campos credita o reconhecimento ao fato de que a organização trabalha há vários anos com temas muito sensíveis, como saúde indígena e preservação da Amazônia, unindo transparência e ótimos resultados. “Com certeza a presença de forte liderança dentro da estrutura da ONG e o cuidado com um voluntariado motivado, competente e fiel foram determinantes para a conquista”, finaliza.
