Um grupo de pesquisadores que teve à frente Seyedeh Maryam Zekavat, do departamento de oftalmologia da Harvard Medical School, de Boston, descobriu que alterações na espessura da camada da retina podem estar associadas a doenças sistêmicas.
Para o estudo, publicado no Science Translational Medicine, foram utilizadas imagens maculares de OCT de 44.823 participantes do UK Biobank, banco de dados médicos que contém detalhes anônimos sobre saúde e genética de cerca de meio milhão de pessoas no Reino Unido.
Os cientistas realizaram análises de associação de fenótipos cruzados da camada OCT (OCT-XWAS), associando espessuras retinianas com 1.866 condições incidentes (média de acompanhamento de dez anos) e 88 características quantitativas e biomarcadores sanguíneos. Foram feitos estudos de associação genômica ampla (GWASs), identificando marcadores genéticos herdados que influenciam a espessura da camada retiniana e replicadas as associações entre o LIFE-Adult Study (N = 6313).
Por fim, os pesquisadores compararam as associações do fenômeno e do genoma para identificar possíveis ligações causais entre as espessuras da camada retiniana e as condições oculares e sistêmicas. Eles revelam que associações independentes com mortalidade incidente foram detectadas para segmentos fotorreceptores mais finos (PSs) e, separadamente, camadas de complexos de células ganglionares.
Além disso, associações fenotípicas foram detectadas entre camadas retinianas mais finas e condições oculares, neuropsiquiátricas, cardiometabólicas e pulmonares. Um GWAS de espessuras da camada retiniana produziu 259 loci únicos. A consistência entre associações epidemiológicas e genéticas sugeriu ligações entre uma camada mais fina de fibras nervosas da retina com glaucoma, PS mais fino com degeneração macular relacionada à idade e função cardiometabólica e pulmonar deficiente com PS mais fino.
Os estudiosos concluíram que “ao identificar múltiplos loci genéticos herdados e condições cardiometabólicas-pulmonares sistêmicas adquiridas associadas a camadas retinianas mais finas e camadas retinianas nas quais o afinamento é preditivo de futuras condições oculares e sistêmicas”.
Fonte: Science Translational Medicine