É uma causa comum de visita ao oftalmologista, afetando mais mulheres que homens, associada a sintomas como visão borrada, desconforto ocular e sensação de ressecamento.
Sugere-se que a qualidade do ar e a poluição também seriam fatores que interferem no olho seco. Estudos da Coreia do Sul sugerem que a baixa umidade pode estar associada a maior prevalência. De acordo com a OMS, os poluentes incluem o ozônio (O3), dióxido de nitrogênio (NO2), dióxido sulfúrico (SO2) e partículas derivadas da combustão em automóveis e agricultura, indústria e queima de madeira.
O aumento dessas partículas e do ozônio foi relacionada inclusive com aumento da mortalidade em adultos. O tabagismo e a história médica pregressa são estudados como fatores de risco para síndrome do olho seco. Para continuar nosso especial de verão, trazemos um pouco da relação da síndrome com o clima.
Olho seco e clima
Um estudo prospectivo, publicado em 2020, coletou informações do estudo DREAM (Dry Eye Assessment and Management study) por 12 meses. A associação entre a gravidade dos sinais e sintomas de olho seco as informações meteorológicas e dos poluentes do ar no mesmo local e tempo foram avaliadas.
O estudo DREAM incluiu 535 pacientes com olho seco leve a moderado. O questionário OSDI e o quanto a conjuntiva corou não mostraram correlação com a zona climática. Pacientes na zona climática mediterrânea dos EUA demonstraram menos olho seco. Já no clima semiárido, o padrão de fluoresceína foi significativamente pior ao longo do ano. Pacientes do deserto subtropical também demonstraram BUT diminuído.
Os testes de Schirmer tinham valores mais altos nos pacientes do mediterrâneo e semiárido. A variação de temperatura diária não foi significativamente associada com o score OSDI. Padrões de fluoresceína piores foram associados com baixa umidade. O tempo de ruptura do filme lacrimal (BUT) foi correlacionado com climas mais pronunciados e poluição mais variável. O BUT diminuído se relacionou com baixas médias de temperatura diária. Os BUT maiores se relacionaram a baixos níveis de NO2.
Referência bibliográfica
Erich J. Berg, Gui-shuang Ying, the DREAM Study Research Group, et al. Climatic and Environmental Correlates of Dry Eye Disease Severity: A Report From the Dry Eye Assessment and Management (DREAM) Study. Transl Vis Sci Technol. 2020 Apr; 9(5): 25. Published online 2020 Apr 29.
Fonte: PebMed