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As questões oculares induzidas pelo Zika vírus representam uma infecção que preocupa principalmente quando observada em bebês nascidos de mães infectadas durante a gravidez. As anormalidades podem variar de leves a graves e envolvem problemas oculares como lesões na retina, microftalmia, retinopatia hemorrágica, mancha do epitélio pigmentado da retina, neurite óptica e hipoplasia do nervo óptico. O impacto direto do VZIK no olho ressalta a capacidade do vírus de afetar o tecido neurossensorial, levando a deficiência visual potencialmente permanente ou cegueira.

Diante desse cenário, pesquisadores do Departamento de Oftalmologia, Ciências Visuais e Anatômicas da Wayne State University School of Medicine, em Michigan (EUA), publicaram um estudo na revista iScience que lança luz sobre os potenciais alvos de tratamento para anormalidades oculares causadas pela infecção pelo Zika (ZIKV) durante a gravidez. O levantamento teve como foco o importante papel do metabolismo do colesterol no desenvolvimento de problemas oculares relacionados ao vírus.

Por meio da análise transcriptômica de células epiteliais pigmentares da retina infectadas pelo ZIKV, a equipe identificou mudanças significativas na via do colesterol, destacando o potencial de direcionar o metabolismo do colesterol para intervenções terapêuticas. Investigações adicionais sobre os papéis do transportador de ligação ao ATP G1 (ABCG1) e da proteína de ligação ao elemento de resposta ao esterol 2 (SREBP-2) revelaram que a modulação dessas vias poderia reduzir a replicação do VZIK e mitigar o dano ocular em células infectadas em modelos de camundongos. Os tratamentos que visaram estas vias não só diminuíram a replicação viral, mas também reduziram a inflamação e aumentaram as respostas antivirais.

Os achados sugerem que intervenções direcionadas a componentes específicos da via do colesterol poderiam ser eficazes no tratamento de complicações oculares induzidas pelo ZIKV. Os resultados se estendem a outros vírus e oferecem novos caminhos para o tratamento de doenças causadas por vírus como o Nilo Ocidental, encefalite japonesa e dengue. Em continuidade ao estudo, a equipe de cientistas usa uma abordagem lipidômica para entender melhor o papel dos lipídios em infecções virais e desenvolver novas terapêuticas antivirais.

Fonte: Ophthalmology Breakingnews

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