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Certamente, quem circula pelos eventos de oftalmologia já se encantou por uma obra da artista Anna Jankov. Anna, que proporciona ao público uma viagem artística pela íris humana, começou muito cedo sua trajetória no mundo das artes. Aos cinco anos, já dava seus primeiros passos n

a arte, no desenho e na pintura como a mais jovem estudante da Galeria de Arte Pedro Américo. Aos 12 anos, recebeu menção honrosa na Escola Pan-americana de Arte. Na universidade, cursou artes plásticas, época em que já vendia seus quadros na Praça da República para pagar a faculdade.

Passou pelo mundo da moda, onde foi diretora de arte em uma conceituada empresa da época. “Sempre procurando novos desafios, em 1995 criei minha própria agência de publicidade, onde pude exercer todo o meu potencial criativo, desenvolvendo novos conceitos gráficos”, comenta a artista. Em 2015, nasceu a Anna Jankov Creative Papers com o intuito de, segundo ela, inspirar, criar e proporcionar alta qualidade às infinitas possibilidades de utilização de papel. Para isso, utiliza em suas estampas tintas metalizadas. “Isso confere aos quadros um estilo próprio e diferenciado”, ressalta.

A artista, que tem médicos oftalmologistas e clínicas de oftalmologia entre seus principais clientes, contou à Universo Visual como começou a ter a íris humana como inspiração para suas obras.

Universo Visual: De onde surgiu a ideia de criar obras que remetem aos olhos?

Anna Jankov: Há dez anos, participo das Expedições da Oftalmologia Humanitária na região Amazônica. Foi em uma das primeiras expedições que, ao assistir uma cirurgia de catarata, surgiu a ideia de representar a íris humana. Para isso, criei uma técnica de sobreposição 3D, que recebeu o nome de arte projetada. Uma escultura em que o olho humano é recriado a partir de recortes sinuosos, criando a ilusão de uma viagem por dentro da íris humana. Com base nessa mesma técnica tenho desenvolvido outros temas, normalmente sempre ligados à medicina.

UV: Em que consiste esta técnica?

Anna: Essa técnica consiste em estruturar as lâminas de papel, de forma que elas pareçam suspensas. Todo o princípio é desenhado à mão e as tintas são aplicadas por meio de aerógrafos manuais.

UV: Você comentou que a ideia de representar a íris humana surgiu depois de assistir a uma cirurgia. Que sentimento a impulsionou?

Anna: A emoção que deu o start para essas criações foi que, ao término de uma cirurgia de catarata, quando o paciente voltou a enxergar, ele gritava: “Eu estou vendo tudo! Estou vendo tudo claro!”. Essa é uma emoção que nunca vou esquecer!

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