Uma análise de coorte de mais de 3.000 pessoas que tiveram hidroxicloroquina por 5 anos ou mais com triagem de retina em série recomendada por uma diretriz constatou que o risco geral de retinopatia incidente era baixo, sendo a maioria dos casos documentados leves.
Uma dose mais elevada de hidroxicloroquina estava ligada a um risco progressivamente maior. O estudo foi publicado nos Annals of Internal Medicine.
A hidroxicloroquina é recomendada para pacientes com lúpus eritematoso sistêmico e algumas outras condições inflamatórias, mas a retinopatia que ameaça a visão é um efeito adverso grave a longo prazo. A dosagem deve ser mantida a 5 mg/kg de peso corporal por dia ou menos, de acordo com as diretrizes. Entretanto, a evidência da pesquisa atual é relativamente fraca.
Pesquisadores da Kaiser Permanente Northern California e da Harvard Medical School estudaram 3.325 pessoas que receberam hidroxicloroquina por 5 anos ou mais entre 2004 e 2020 para caracterizar o risco a longo prazo de retinopatia por hidroxicloroquina incidente e para ver quão bem a dose média de hidroxicloroquina prevê esse risco.
Os pesquisadores examinaram a dose de hidroxicloroquina nos registros de farmácia e de saúde e revisaram as varreduras óticas anuais ao longo do tempo para ver se havia evidência de retinopatia. Se a retinopatia foi encontrada, ela foi classificada como leve, moderada ou grave. Em seguida, os pesquisadores calcularam o risco de desenvolver retinopatia após 15 anos, com base nos níveis médios de dosagem durante os primeiros cinco anos.
Eles descobriram que 81 pessoas adquiriram retinopatia hidroxicloroquina, com incidências cumulativas gerais de 2,5 e 8,6% ocorrendo após 10 e 15 anos, respectivamente, sendo o risco maior para aqueles que tiveram uma dose maior durante os primeiros 5 anos de tratamento. De acordo com os especialistas, a triagem de rotina pode detectar este problema em uma fase precoce e tratável.
Referência: Dose de hidroxicloroquina e Risco de Retinopatia por Incidente, Annals of Internal Medicine (2023). DOI: 10.7326/M22-2453
Fonte: Ophthalmology Breaking News