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Por Luciana Rodriguez 
Uma iniciativa do médico Sergio Canabrava, preceptor do Departamento de Catarata da Clínica de Olhos da Santa Casa de Belo Horizonte, Minas Gerais e membro do Departamento de Catarata do Centro Oftalmológico de Minas Gerais, resultou em significativa contribuição para o avanço da cirurgia de catarata. Depois de quatro anos de trabalho, desde a fase inicial de desenhos, testes em olhos de porcos, testes em humanos, pesquisas clínicas e patente, finalmente o anel expansor de íris Canabrava Ring acaba de ter seu registro aprovado na ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). 
 
De acordo com Canabrava, a ideia do expansor de íris surgiu em 2014 quando havia uma grande evolução das impressoras 3D na medicina. “Observava muitos trabalhos nas áreas de ortopedia e neurologia, mas nenhum na área de Oftalmologia. Assim, tivemos inicialmente a ideia do anel em impressão 3D, mas logo depois algumas empresas nos procuraram para tratar sobre Royalties e seguimos um longo caminho com muitos estudos, patente e negociações. Mais recentemente, como última etapa, tivemos a aprovação da Anvisa”, explica o oftalmologista. 
Segundo Canabrava, para o desenvolvimento do produto, foram seguidos todos os tramites legais. “Inicialmente buscamos a autorização no comitê de ética da Santa Casa de Belo Horizonte, Plataforma Brasil, realizamos todos os testes necessários, apresentamos a primeira cirurgia em congressos nacionais e internacionais, iniciamos estudo clínico para comprovação dos resultados e finalmente publicamos o trabalho e apresentamos os dados à ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)”, detalha Canabrava. 
O dispositivo é um anel de expansão da íris para pupilas pequenas. Ocorre que em cerca de 5% dos casos, a pupila não se dilata por conta de doenças como diabetes, uveíte e síndrome de pseudoexfoliação, daí a importância do anel para esse grupo de pacientes nas cirurgias de catarata. O anel foi apresentado pela primeira vez no Congresso da American Society of Cataract and Refractive Surgery (ASCRS), em San Diego 2015, mas somente agora, após a aprovação da ANVISA, será produzido e vendido em polimetilmetacrilato (PMMA) pela AJL Ophthalmic, empresa espanhola especializada na fabricação de produtos oftalmológicos com alta tecnologia. 
Por fim, o especialista ressalta que tem observado grande expectativa pelo início das vendas. “Após a autorização da ANVISA, iniciamos o processo de importação. As vendas devem ser iniciadas em aproximadamente dois meses”, conta.  

Fonte: Universo Visual

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