Pesquisadores da International Keratoconus Academy of Eye Care Professionals (IKA) enfatizaram a importância de os oftalmologistas estarem atentos ao potencial de desenvolvimento de ceratocone em crianças e adolescentes, e do rastreamento precoce da doença.
Eles chegaram a essa orientação depois de conduzirem um estudo observacional prospectivo baseado na tomografia corneana de Scheimpflug. A análise incluiu pessoas com idades entre três e 18 anos. Para diferenciar indivíduos sem ceratocone daqueles que tinham suspeita da doença, e dos que tem ceratocone, foram usados critérios tomográficos.
Aqueles sem ceratocone tiveram medida D final inferior a 2,00 bilateralmente; aqueles que foram categorizados como suspeitos de ceratocone tiveram uma medida D final de 2,00 ou superior, mas abaixo de 3,00 em combinação com uma elevação posterior no ponto mais fino de 18 μm ou superior para miopia e 28 μm ou superior para hipermetropia/astigmatismo misto em pelo menos um olho; e aqueles com ceratocone definitivo tiveram uma medida D final de 3,00 ou superior com uma elevação posterior no ponto mais fino de 18 μm ou superior para miopia ou 28 μm ou superior para hipermetropia/astigmatismo misto em pelo menos um olho.
A primeira autora do estudo, Jennifer Harthan, e colegas relataram que entre os 2.007 pacientes, seis foram classificados como tendo ceratocone com uma prevalência de 1:334 e três eram suspeitos de ceratocone com uma prevalência de 1:669. Quando os dois foram combinados, a prevalência total de suspeitos de ceratocone e ceratocone definitivo foi de 1:223. Os resultados indicaram que a prevalência de ceratocone em crianças é maior do que o relatado anteriormente. Segundo os autores, “os resultados enfatizam a importância do rastreio sensível do ceratocone na sua manifestação mais precoce como padrão em exames oftalmológicos pediátricos abrangentes”.
O CEO e cofundador da KIA, Barry Eiden, afirma que essa pesquisa confirma os resultados de outros estudos contemporâneos de prevalência mundial de ceratocone que indicam uma prevalência muito maior da doença do que se pensava anteriormente. “Considerando a capacidade de controlar a progressão do ceratocone com tratamentos como o crosslinking, o diagnóstico precoce pode resultar na preservação da visão”, afirmou.
Fonte: Ophthalmology Times