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O mês chega e traz à tona a campanha “Junho Violeta”, que alerta a população sobre a ceratocone, doença caracterizada pelo afinamento da córnea, que fica com formato semelhante a um cone.

Pelo menos uma a cada 2 mil pessoas no Brasil, segundo dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), são acometidas pela ceratocone. “É uma doença congênita, onde a pessoa já nasce com predisposição para desenvolvê-la, o problema acomete entre 0,5% e 3% da população mundial e pode levar a altos graus de astigmatismo e miopia, comprometendo a visão”, informa o oftalmologista Allan Luz, e que também explica que crianças e adolescentes são os mais atingidos pela doença, visto que nesta fase da vida, há uma instabilidade da córnea.

Alguns estudos indicam que o ceratocone pode estar relacionado a mudanças físicas e bioquímicas no tecido corneano. Entretanto, é importante destacar que o hábito de coçar os olhos está ligado a doença (o ato de coçar os olhos com frequência pode provocar o afinamento da córnea, uma das características da doença). “Os jovens coçam bastante os olhos e têm uma instabilidade na córnea. Ela é mais frágil quando você é mais jovem e, por isso, está sujeita à fissuras que podem provocar problemas de visão. Quanto mais velho você vai ficando, mais resistente a córnea fica, o que reduz as chances de ser acometido pela doença”, detalhou.

A doença possui quatro fases e diversos tratamentos, que dependem da gravidade. Na fase inicial, a visão pode ser corrigida com o uso de óculos. No estágio moderado, com o uso de lentes de contato específicas para ceratocone ou com o implante de anel intracorneano, no caso de intolerância às lentes.

Outra opção de tratamento é o procedimento conhecido como crosslinking. Neste processo, o uso de colírio de vitamina B2, associado à luz UVA emitida por uma fonte, aumenta a ligação das fibras de colágeno da córnea, o que a enrijece, evitando a progressão da doença.

Nas etapas mais avançadas, o tratamento baseia-se no transplante de córnea, que é a cura definitiva para o ceratocone. De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, 20% de todos os transplantes de córnea realizados hoje são por causa da doença.

Muitos pacientes não percebem o ceratocone em estágio inicial, quando a córnea começa a se curvar. Por este motivo, a campanha Junho Violeta é extremamente importante para disseminar o conhecimento e incentivar a consulta com oftalmologista pelo menos 1 vez ao ano.

 

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