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Coçar os olhos. Ato inofensivo, certo? A resposta é não e pode prejudicar a visão. Com esse mote, acontece neste mês a campanha Violet June (Junho Violeta), iniciativa que visa a prevenção do ceratocone, doença caracterizada pelo encurvamento e afinamento progressivos da córnea, que tem como um dos fatores associados o hábito frequente de coçar ou esfregar os olhos. A ação conta com o apoio do Grupo H.Olhos, um dos maiores centros oftalmológicos do Brasil, e de entidades como o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e a Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO). 
Entenda o que é o ceratocone 
Doença congênita, ou seja, a pessoa já nasce com a predisposição a desenvolvê-la, o problema acomete entre 0,5% e 3% da população mundial e pode levar ao desenvolvimento de altos graus de astigmatismo e miopia, comprometendo a visão.
“Alguns estudos indicam que o ceratocone pode estar relacionado a mudanças físicas e bioquímicas no tecido corneano. Entretanto, é importante destacar que aproximadamente um terço dos pacientes tem alergia ocular, com consequente coceira nos olhos. O ato de coçá-los com frequência está diretamente ligado ao afinamento da córnea, uma das características da doença”, explica Myrna Serapião, especialista em córnea do H.Olhos. 
A córnea normal tem um formato arredondado, quase esférico, o que faz com que as imagens sejam focalizadas corretamente. Com ceratocone, ela sofre uma deformação progressiva, com sua resistência e elasticidade alteradas, deixando-a mais fina e com formato cônico, por isso, o nome da doença. 
“Muitos pacientes não percebem o ceratocone em seu início, quando a córnea começa a se curvar. Por este motivo, a campanha Junho Violeta é extremamente importante para disseminar o conhecimento e incentivar uma postura de atenção da população com a saúde ocular. Educar as pessoas para que procurem auxílio médico não só quando o problema vem à tona é essencial para garantir a boa visão”, destaca a oftalmologista do H.Olhos. 
Tratamento 
A doença possui quatro fases e diversos tratamentos, a depender da gravidade. Na fase inicial, a visão pode ser corrigida com o uso de óculos. No estágio moderado, com o uso de lentes de contato específicas para ceratocone ou com o implante de anel intracorneano, no caso de intolerância às lentes. 
Outra opção de tratamento é o procedimento conhecido como crosslinking. Neste processo, o uso de colírio de vitamina B2, associado à luz UVA emitida por uma fonte, aumenta a ligação das fibras de colágeno da córnea, o que a enrijece, evitando a progressão da doença. 
Nas etapas mais avançadas, o tratamento baseia-se no transplante de córnea, que é a cura definitiva para o ceratocone.  

Fonte: H.Olhos

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