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Catarata é a denominação dada a qualquer opacidade do cristalino, que não necessariamente afete a visão. É a maior causa de cegueira tratável nos países em desenvolvimento. O cristalino é uma estrutura biconvexa, avascular e transparente, circundada por uma cápsula que é mais grossa na zona equatorial e mais fina no polo posterior. É circundado por ligamentos suspensores, ligados ao músculo ciliar e responsável pela acomodação.
Em condições fisiológicas, aloja-se imediatamente atrás da íris. São as proteínas cristalinianas que conferem transparência ao cristalino. O estresse oxidativo degenera as fibras, resultando, inicialmente, no aumento da sua fração aquosa do cristalino (maior poder de refração) e, com a progressão da doença, desidratação e déficit visual (catarata).
Estima-se que a incidência da catarata seja de aproximadamente 20% da população mundial, podendo chegar à metade dos indivíduos acima dos 65 anos. Pode ser congênita, relacionada a traumatismos, doenças sistêmicas, cirurgias intraoculares, entre outros. Contudo, o principal fator de risco é a idade. Quanto maior a idade, maior o risco de se ter catarata. Nesse texto, falaremos sobre os principais tipos de catarata relacionada à idade.
A opacificação pode acometer todas as partes do cristalino, seja o núcleo, o córtex ou o saco capsular. Assim, os principais tipos são: a catarata nuclear, cortical e subcapsular. A catarata nuclear tem como característica a mudança da coloração do cristalino, o qual se torna progressivamente amarelado, alaranjado, acastanhado e, em estágios bastante avançados, pode se tornar acinzentado. Está associado à miopia inicial por hidratação e à perda da diferenciação de cores (perda de contraste).
O córtex do cristalino é formado por fibras alongadas que contornam o núcleo, adquirindo o formato de cunha. Devido a essa característica, a catarata cortical acompanha exatamente a conformação cuneiforme, com radiações saindo de um eixo central. Opaca, o córtex torna-se progressivamente esbranquiçado, ate que, em estágios avançados, toda a superfície do cristalino torna-se branca.
A opacificação pode ocorrer entre o córtex e a capsula do cristalino, sendo essas as cataratas subcapsulares. Ocorrem mais comumente na interface posterior do cristalino, sendo denominadas cataratas subcapsular posterior. Condições que causam miose pioram o quadro. Tem progressão rápida e o paciente pode apresentar queixas de ofuscamento luminoso ou sensibilidade à luz.
O principal sintoma da catarata é a diminuição progressiva da visão, para longe e para perto, que não melhora com a correção refracional adequada. Além de perda quantitativa, o paciente pode ter perda qualitativa, caracterizada por turvação e distorção dos objetos, frequentemente referida pelo paciente como uma “nuvem” cobrindo a visão, além da diminuição da percepção de brilho, contraste e cores. Outro sintoma comum é a dificuldade em enxergar contra a luz.
O diagnóstico da catarata é clínico, através da anamnese e do exame oftalmológico. O exame inicia-se com a aferição da acuidade visual, que na maioria das vezes esta diminuída. Para o exame correto do cristalino é necessário que o paciente esteja com a pupila dilatada. O único tratamento existente para a catarata é a cirurgia.
Na cirurgia, o núcleo e o córtex são extraídos, mantendo-se apenas a cápsula que envolve o cristalino, dentro da qual será implantada uma lente artificial. Essa lente é chamada de “lente intraocular” (LIO) e tem poder refracional semelhante ao cristalino. O tipo de cirurgia de catarata mais realizado é a facoemulsificação. Esse tipo se tornou soberano devido as suas vantagens técnicas. As características mais marcantes são a redução do tamanho da incisão corneana e a fragmentação do núcleo e do córtex, com subsequente aspiração das partículas lizadas, ainda dentro do saco capsular.

Fonte: PEBMED

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