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Com a responsabilidade de proporcionar a todos os congressistas a melhor experiência no campo da educação, ciência e inovação em oftalmologia. Após o congresso de 2020 ter sido realizado no formato virtual, devido à pandemia do novo coronavírus, a expectativa é enorme para o evento presencial deste ano, que será presidido por Paulo Augusto de Arruda Mello, Marco Antônio Rey de Faria e Alexandre Henrique Bezerra Gomes. 
“O Congresso Brasileiro de Oftalmologia é um dos maiores do mundo, não só pelo número de participantes, mas até pelo formato que estimula o aprendizado dos congressistas”, diz Paulo Augusto de Arruda Mello, professor titular de Oftalmologia da Escola Paulista de Medicina (UNIFESP/EPM). Segundo o especialista, além do conteúdo científico, existe um aspecto importante do evento, que é a exposição dos laboratórios farmacêuticos e empresas de equipamentos. “Como os representantes da indústria não conseguem visitar detalhadamente o Brasil todo, essa é a grande oportunidade que eles têm de disponibilizar seus produtos para um número grande de oftalmologistas”, ressalta, esclarecendo que o evento oferece também muitas oportunidades aos jovens, tanto os pesquisadores como aqueles que estão iniciando suas atividades clínicas e cirúrgicas.
Para esta edição do congresso, Arruda Mello revela que a expectativa é grande, uma vez que estão se somando duas experiências, que é a dos 64 congressos presenciais já realizados pelo CBO mais a edição do congresso virtual do ano passado. “O CBO 2020 foi uma experiência fantástica, em que pudemos contar com um número maior de palestrantes do exterior, que participaram de sessões mistas junto com os brasileiros; dessa forma, há uma série de vantagens que pudemos tirar desse formato e que, com certeza, iremos repetir”, relata o médico, salientando que, por outro lado, uma das vantagens do congresso presencial é a possibilidade de encontrar colegas e poder compartilhar as “conversas de café e de corredor”, com troca de experiências importantes, além do aspecto social e turístico.
Na opinião de Marco Antônio Rey de Faria, professor adjunto de Oftalmologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o grande atrativo do CBO 2021 será a possibilidade do reencontro com os colegas. “Todos nós estamos ansiosos por isso. Essa é a grande novidade, o encontro pessoal, a possibilidade de trocar ideias pessoalmente e de visitar a feira da indústria, com as últimas novidades e lançamentos. Enfim, recomeçar de onde paramos , declara. Para ele, os destaques do evento serão a participação de um grande número de convidados internacionais remotamente. “A pandemia nos ensinou que poderíamos fazer isso e vamos aproveitar o que aprendemos. Em uma grande parte das sessões, teremos a participação de convidados de outros países. Isto com certeza irá engrandecer, sobremaneira, o nosso congresso , avalia o oftalmologista.
“Acredito que iremos realizar um congresso inesquecível, que marcará o reencontro da classe oftalmológica em um evento presencial, mas onde serão adotados os protocolos e cuidados necessários à preservação do bem estar de todos”, destaca Alexandre Henrique Bezerra Gomes, professor de Oftalmologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), para o qual também a grande novidade do congresso deste ano é a oportunidade de rever presencialmente amigos e colegas. “Todos estão ansiosos e preparados para o CBO 2021. Temos recebido um excelente feedback dos colegas e de toda a classe de expositores. Natal vem se preparando para proporcionar a melhor experiência científica, cultural e hoteleira possível, com uma infraestrutura rica em todos os detalhes”, afirma confiante o especialista.
Conteúdo científico e números significativos
Bezerra comenta que a comissão científica vem trabalhando arduamente na construção de um grande evento, o qual irá contemplar desde o médico generalista do dia a dia, estudantes e residentes, como também especialistas nas suas áreas específicas de atuação. “Iremos abordar temas de uma maneira dinâmica, ágil e interativa, formato de sucesso em eventos já consagrados do CBO”, observa o professor, esclarecendo que um destaque importante na programação científica são os convidados internacionais, que estarão de forma remota debatendo assuntos extremamente atuais e relevantes no cenário mundial. 
Conforme explica Arruda Mello, o congresso visa contemplar o dia a dia do consultório médico do oftalmologista, entretanto inovações em oftalmologia é um tema muito impactante. “Hoje a inteligência artificial é um assunto relevante para o médico e todas as áreas estão se preocupando com isso, assim como telemedicina e telessaúde. São ferramentas que irão permanecer, pois complementam a forma de se fazer medicina nos dias atuais, portanto, é preciso que estejamos preparados para essas inovações, uma necessidade tanto para o médico como para o paciente”, analisa, apontando que em todas as subáreas da oftalmologia existe um grande desenvolvimento de tecnologias e, sendo assim, uma das preocupações do congresso é transmitir o conhecimento dessas novas técnicas. 
“Buscamos contemplar todas as necessidades do especialista através de um congresso que, de fato, traga uma contribuição técnico-científica para o oftalmologista, fornecendo para ele informações valiosas para a prática clínica e cirúrgica e também de pesquisa”, avalia o professor. Outro ponto importante, segundo Arruda Mello, é que no pré-congresso haverá o curso “Fundamentos em Oftalmologia”, cuja proposta é preparar os participantes para o que irá acontecer nos outros dias do evento, no qual será transmitida a base de toda a programação científica, para que o congressista tenha condições de aproveitar da melhor forma possível todo o evento. “É um curso que interessa muito os iniciantes e para quem quer se manter atualizado”, diz.
Sobre a elaboração do programa, o médico comenta que o CBO possui uma comissão científica composta por 26 oftalmologistas ligados ao ensino e que há diversas reuniões para definir toda a programação do congresso. “Desses 26 oftalmologistas, temos especialistas de diferentes áreas e, então, formam-se grupos que se dedicam a cada uma delas, como glaucoma, catarata, retina etc.”, explica, destacando que há também reuniões separadas e com todos juntos, uma vez que o programa de cada área tem que ser aprovado por todos os membros da comissão científica. “Por exemplo, o programa do glaucoma foi feito por cinco pessoas, mas para a aprovação do programa final, isso foi discutido com os 26 oftalmologistas”, acrescenta.
De acordo com o especialista, irão participar do CBO 2021 810 palestrantes, distribuídos em 146 atividades. Durante todo o congresso, serão discutidos 1338 temas. Haverá seis programas especiais que acontecem no primeiro dia do evento, com oito horas de duração, abordando catarata-refrativa, córnea, glaucoma, refração, lente de contato, retina, oculoplástica e oncologia ocular. Ainda, três painéis de entrevistas, em que alguns convidados falarão sobre catarata, glaucoma e retina; três sessões de roda-viva, que este ano irá contemplar oculoplástica, glaucoma e refrativa; 37 painéis; 29 sessões de aulas formais (simpósios); oito sessões de transferência de habilidades (ensinando a fazer); e seis sessões de vídeo-cirurgias. 
“Além disso, as sociedades filiadas terão seus simpósios com quatro horas de duração e, ainda, acontecerá o Grand Round com 4 horas de duração, com discussões de caso. Teremos também a famosa Copa InterOftalmo, com uma discussão de conhecimento geral”, destaca o médico. Ele comenta que foram recebidos 511 trabalhos para avaliação – 70 trabalhos científicos e 411 relatos de caso -, material que será analisado pelo grupo da comissão científica para saber quantos seguirão para avaliação final. O evento espera contar com a presença de 2.500 pessoas, entre congressistas e expositores, que é o espaço disponibilizado no Centro de Convenções para manter os protocolos de segurança exigidos. “Por tudo isso, nossa expectativa para o CBO 2021 é a melhor possível, acreditamos no sucesso pleno do nosso congresso”, conclui Arruda Mello. 
Evento presencial ainda sob o impacto da pandemia
Apesar do avanço da vacinação contra a Covid-19, o Brasil ainda possui um cenário preocupante de casos e óbitos causados pela doença. Na opinião de Paulo Augusto de Arruda Mello, ainda é preciso estar atento para a pandemia, por isso o congresso irá seguir todas as orientações do Ministério da Saúde (MS) e das secretarias estaduais e municipais de saúde, de modo a dar toda a segurança necessária aos congressistas, expositores e toda a equipe responsável pela execução do evento. 
Segundo Marco Rey de Faria, a expectativa é que o congresso presencial possa acontecer dentro da normalidade e com toda a segurança possível. “Está havendo um avanço grande na vacinação e acreditamos na promessa do Ministro da Saúde, de vacinar todos os brasileiros acima de 18 anos até setembro. Isto acontecendo, o evento estará sacramentado”, diz, enfatizando que essa é uma preocupação importante e que os organizadores do congresso já estão planejando cuidadosamente, com a orientação de epidemiologistas, a maneira mais segura de agir para que todos fiquem protegidos. “Só haverá congresso presencial com a garantia de máxima segurança para todos”, afirma o médico.
“No mês de junho, recebemos com prazer a comunicação oficial do governo do Rio Grande do Norte liberando todos os eventos científicos no nosso Estado, entretanto, não utilizaremos a capacidade máxima do Centro de Convenções por uma questão de segurança”, conta Alexandre Henrique Bezerra. Para isso, ele diz que serão adotadas medidas de distanciamento e protocolos pré-estabelecidos pela equipe de epidemiologistas que estará dando suporte de biossegurança. “Só iremos realizar nosso mais importante evento anual com todas as condições de saúde para todos”, conclui o oftalmologista. 

Fonte: Revista Universo Visual

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