É verdade que já estamos entrando no terceiro mês de 2020. Entretanto, eu não poderia deixar de fazer uma retrospectiva sobre as novidades oftalmológicas mais interessantes que vi em 2019. No ano que passou, tive o privilégio de conferir coisas impressionantes em congressos que fui em países como Grécia, França, Estados Unidos, Argentina e aqui mesmo no Brasil.
Além de rever velhos amigos que vivem longe, a melhor parte dos congressos é a oportunidade de ver o que está acontecendo de novo. É claro que hoje em dia, por meio da internet e de revistas científicas, você fica sabendo das novidades quase que instantaneamente. Porém, é nos eventos que o profissional realmente tem a chance de conferir de perto essas novidades. Melhor do que isso: tem a chance de testá-las!
Para começar, no Congresso da Academia Americana de Oftalmologia (AAO), nos Estados Unidos, tive a satisfação de conhecer ao vivo – e depois testar em pacientes – os óculos da marca EnChroma, desenvolvido para auxiliar pessoas com daltonismo. Posso dar meu depoimento: foi emocionante. E olha que notícia boa: em breve, haverá um modelo para idosos que sofrem de degeneração macular atrófica.
Já a empresa Zeiss resolveu entrar no jogo da cirurgia 3D e lançar seu próprio sistema. Não tenho dúvida de que, quanto mais empresas competindo, melhor para o consumidor. Dentro dessa linha, a empresa israelense Beyeonics Surgical deixou a gente testar um sistema 3D que usa óculos de realidade virtual inspirando nos capacetes dos pilotos de aviões de caça. Confesso que achei a ideia bem promissora, pois o microscópio é todo digital. No que se refere ao campo do glaucoma, há empresas testando a validade de substituir aparelhos caros por óculos de realidade virtual. Nada aprovado ainda pelos reguladores, mas eu tenho fé nessa ideia!
Também foram apresentados os estudos do Beovu, da Alcon/Novartis. Esse medicamento promete ser mais eficiente no tratamento da degeneração macular exsudativa (DMRI) do que os atuais remédios disponíveis no mercado. Espera-se que esteja disponível ainda este ano também no Brasil. Outra coisa bacana que pude testar foi a cirurgia robótica para olhos da holandesa Preceyes. Para algumas manobras, o robô se mostrou muito útil. Entretanto, fiquei com a nítida impressão de que, para substituir um bom cirurgião com uma mão firme, essas máquinas ainda precisam evoluir muito mais no campo da oftalmologia. É ver para crer.
Fonte: Universo Visual