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Um estudo internacional liderado pelo Dr. Yacoub A. Yousef, oncologista ocular do King Hussein Cancer Center, revela que a deficiência de visão de cores (DVC), ou daltonismo, pode afetar a capacidade de um oftalmologista em diferenciar entre melanoma coroide e nevo coroide, potencialmente levando a diagnósticos errados.

O estudo incluiu 41 participantes que foram expostos a imagens simuladas e não simuladas de fundo de olho normal, nevo coroide e melanoma coroide. Essas imagens foram modificadas para os três tipos principais de DVC: protanopia (cegueira para vermelho), deuteranopia (deficiência de vermelho-verde) e tritanopia (deficiência de azul-amarelo). Embora todos os participantes tivessem visão de cores normal confirmada, o estudo simulou condições de DVC para analisar como isso impactaria sua precisão diagnóstica.

O estudo revelou que os participantes tiveram significativamente menos sucesso em identificar pigmentos laranja nas imagens simuladas de protanopia e menor precisão na detecção de lesões melanóticas nas imagens simuladas de deuteranopia. Isso resultou em uma alta taxa de diagnóstico incorreto de nevos coroides benignos como melanoma coroide maligno nas imagens simuladas de protanopia (37%) e deuteranopia (41%). Apesar disso, quase todas as imagens simuladas de melanoma coroide foram corretamente encaminhadas para tratamento oncológico, demonstrando que a DVC afetou principalmente o diagnóstico de lesões benignas.

Implicações para a oftalmologia
Os resultados destacam os desafios únicos que a DVC apresenta na oftalmologia, onde a percepção de cores precisa é crítica para o diagnóstico clínico e a interpretação de imagens. O diagnóstico incorreto devido à DVC pode levar a encaminhamentos desnecessários e, potencialmente, a uma maior morbidade para pacientes com condições benignas. Importante, o estudo ressalta a necessidade de mais pesquisas sobre as implicações clínicas da DVC em profissionais de cuidados oculares para melhor entender como isso pode afetar o diagnóstico e o tratamento em cenários do mundo real.

Os pesquisadores enfatizaram que, embora a DVC tenha impactado a capacidade de distinguir entre condições benignas e malignas, olhos com melanoma coroide ainda foram corretamente identificados e encaminhados para tratamento especializado na maioria dos casos. Mais investigação é necessária para avaliar a relevância clínica mais ampla desses achados e explorar soluções que possam ajudar oftalmologistas com DVC a fazer diagnósticos precisos.

Conclusão
Este estudo destaca os desafios potenciais que a deficiência de visão de cores pode representar para os profissionais de cuidados oculares, especialmente ao distinguir entre condições como melanoma coroide e nevo coroide. Embora a DVC continue sendo uma questão frequentemente negligenciada na oftalmologia, seu impacto na tomada de decisões clínicas pode levar a intervenções desnecessárias e reforçar a importância de mais pesquisas nessa área.

Fonte: Ophthalmology Breaking News

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