Saúde para todos
A saúde digital vem se consagrando como uma alternativa eficiente e acessível, trazendo mudanças significativas para o sistema em 2023. Ocorre que recentemente o surgimento e proliferação das plataformas de saúde vem ganhando destaque e, de acordo com o Gartner (empresa multinacional especializada em Consultoria de Tecnologias), 63% dos serviços de saúde estão enfrentando severas disrupções. Diversas iniciativas com base no uso da tecnologia vêm sendo desenvolvidas por empresas públicas e privadas a fim de melhorar a qualidade dos serviços prestados e contribuir com a democratização do acesso à saúde.
Na matéria de capa desta edição, a Universo Visual foi conversar com alguns especialistas sobre como essa transformação digital está se dando na medicina e principalmente na oftalmologia.
Já na seção Entrevista, Celso Takashi Nakano, fundador da ONG Médicos da Floresta, conta como foi ir até a comunidade Yanomami, observar de perto a condição daquele povo, e encontrar um cenário desolador, onde a doença ocular do tracoma se alastrou devido à falta de higiene e saneamento básico. Em outra frente, a SAS Brasil, startup social sem fins lucrativos, que tem como missão levar saúde especializada a quem não tem, e que desde 2013, atua de forma itinerante em cidades carentes de acesso a médicos especialistas, promovendo atendimento médico gratuito, da prevenção ao diagnóstico até o tratamento, e impactando diretamente nas filas de espera do SUS.
Nota-se que na saúde digital é preciso considerar as desigualdades do país e desenhar usos específicos para cada cenário e demanda, um passo de cada vez. Já a barreira cultural é, por muitas vezes, mais aparente que a tecnológica. Quando a transformação digital é colocada em prática, alguns processos anteriores também são modificados. Os sistemas de saúde passam a ter rastreio, registro e processos mais controlados.
E por fim, não faltam exemplos de diversas formas de abordagem e de como a saúde digital pode ser incorporada na realidade brasileira. Há inúmeros caminhos com certeza, mas antes é preciso que se entenda que os esforços podem ser potencializados pela colaboração e troca de conhecimento entre países, centros de pesquisa, empresas, organizações de saúde e associações de usuários ou cidadãos, com o objetivo de promover a saúde para todos, em todos os lugares.
Boa leitura!
Jéssica Borges e Marina Almeida