Tempo de leitura: 2 minutos
Um estudo divulgado em maio deste ano pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos revelou que 1 em cada 59 crianças possui autismo. Segundo pesquisas, a condição chamada de transtorno do espectro autista geralmente tem início na infância e persiste durante toda adolescência e vida adulta, com alterações no sistema nervoso. Para falar sobre o tema, na última terça-feira, 23 de outubro, a Laramara – Associação Brasileira de Assistência à Pessoa com Deficiência Visual discutiu a respeito do “Cotidiano e Perspectivas para a autonomia”, envolvendo a pessoa com autismo e seus projetos de vida, suas relações interpessoais com a família, com a comunidade e as políticas públicas sobre o assunto, durante o encontro sobre “Autismo e Deficiência Visual”.
Na ocasião, a instituição convidou a Dra. Marion Hersh, professora de Engenharia Biomédica na Universidade de Glasgow, na Escócia, que participou, por videoconferência, de uma mesa de discussão.  A pesquisadora, que também é autista, possui mais de 160 publicações de projetos específicos sobre tecnologia assistiva, legendas para pessoas surdas, modelagem das representações espaciais de pessoas cegas, dispositivos de comunicação para pessoas surdas e cegas e tecnologias de aprendizagem inclusivas, incluindo jogos educativos. “Me parece que existe uma expectativa para entender como as coisas funcionam com os autistas. Assim como em qualquer situação, existem barreiras e obstáculs. É importante reconhecer suas habilidades e se entender como autista, em vez de se transformar no que não é”, enfatizou.
Também participaram do encontro Anita Brito, pesquisadora especialista em Neurobiologia para Autistas e seu filho, Nicolas Brito Alves, o primeiro autista de grau severo a ingressar em uma escola comum no Brasil e ganhador do prêmio de “Melhor Fotógrafo”, na exposição ArtBrazil de 2017, nos Estados Unidos, com o tema “Portas e Janelas – uma entrada para a vida . “Fiquei impressionado com esse prêmio que ganhei. Eu realmente não imaginava. Mas, hoje, diante de todas as minhas evoluções, costumo dizer que nem todo ser humano é autista, mas todo autista é ser humano”. Durante o seu relato sobre a infância e a adolescência, Nicolas explicou que as palestras o ajudaram no aperfeiçoamento da fala, que hoje se compreende melhor e consegue realizar tarefas comuns do dia a dia, como navegar na internet, jogar videogame e lavar roupa.
Já Elaine Carmo Meira, pedagoga, e mãe de Matheus do Carmo Meira, que possui deficiência visual e autismo, comentou sobre o trabalho com a parte sensorial para crianças: “Ainda na infância, é fundamental o incentivo para que as crianças conheçam os diferentes sons, texturas, barulhos, ruídos e odores. Somente assim o Matheus conseguiu desenvolver outras funções do corpo e aguçar os outros sentidos”.
A discussão sobre o autismo é constante na agenda de inúmeros eventos técnico-científicos e sociopolíticos nos últimos anos, por instituições especializadas no tema.

Fonte: Laramara

Compartilhe esse post