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Por Carolina Leal – Médica graduada pela Universidade do Grande Rio; Residente de Oftalmologia na Universidade Federal Fluminense; Médica do Hospital Naval Marcílio Dias 
Melanoma do corpo ciliar (CBMs) representa 12% dos melanomas uveais. Eles são geralmente assintomáticos e descobertos incidentalmente na sexta década de vida. Devido à sua posição, muitas vezes passam despercebidos até se tornarem maiores e, portanto, mais avançados.
Os sinais incluem descolamento retiniano exsudativo e uveíte anterior aguda. Curiosamente, estes tumores podem inicialmente causar baixa pressão intraocular (PIO), seguido por aumento da PIO, ou mesmo levar ao glaucoma. A subluxação de lentes ou catarata, também podem ser vistos.
No que diz respeito à detecção de CBMs, idealmente devido à posição anterior, uma lente de três espelhos deve ser usada, em uma gonioscopia, para detectar potencial invasão do ângulo adjacente. Esta abordagem maximiza a chances de detecção precoce.
Se o CBM for grande o suficiente, pode ser visto como uma massa escura através da midríase. A partir de uma imagem, a ultrassonografia ocular torna-se crucial, parte prontamente disponível e confiável do ponto de vista clínico. A tomografia de coerência óptica tem um papel limitado devido à sua incapacidade de penetração atrás da íris até o corpo ciliar, mais profundamente.
Um novo método adjunto recentemente sugerido na literatura em dois relatos de casos é a angiografia escleral. No entanto, apenas uma biópsia pode dar o diagnóstico definitivo. Com relação ao diagnóstico diferencial, isso inclui metástases, adenoma de corpo ciliar, cisto de corpo ciliar, síndrome de derrame uveal e meduloedpitelioma ocular.
Em termos de tratamento, incluem-se irideciclectomia, radioterapia na forma de braquiterapia ou terapia por feixe de prótons e, como último recurso enucleação.  O prognóstico não é favorável, com até 50 % dos pacientes com melanoma uveal desenvolvendo metástases, e o fígado sendo o órgão mais comumente afetado.
A literatura sugere que o período de um ano sobrevida de pacientes com melanoma uveal e metástases é de 15 %. As chances de metástase aumentam à medida que a espessura do tumor aumenta (pequeno 0,0 3,0 mm é 8%, médio 3,1 8,0 mm é 31 % e mais de 8 mm é novamente 30 %). Esse fato evidencia a necessidade de detecção precoce.

Fonte: PEBMED

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