Colunista semanal de Época Negócios e podcaster da Jovem Pan desde 2019.
Em suas palestras, aborda temas como Futuro do Trabalho, Futuro da Comunicação, Web3, Posicionamento Digital, Evolução das Marcas e Sociedade 5.0. Em 2023 publica pela editora HarperCollins Brasil o livro “Seja Sua Própria Marca”.
Leia a entrevista realizada pela Universo Visual na edição 125 (setembro/22)
Universo Visual – Em sua opinião o modelo híbrido de trabalho e ensino veio para ficar?
Marc Tawill – Sem dúvida que sim. Precisamos entender, contudo, que o hibridismo vai muito além do “presencial X virtual”. Esta dicotomia caminha junta também nas relações amorosas, nas habilidades (skills) do mundo trabalho, na forma como compramos e vendemos, fazemos esporte, nos entretemos e até nos relacionamentos. Repare que se trata de uma tendência que se cristalizou, mas não foi algo criado pela pandemia. O mundo já caminhava a passos largos para esta nova realidade.
UV – Como lidar com a distância em profissões que exigem tanto da prática (como as áreas da saúde, por exemplo)?
Tawill – Este é um desafio permanente: como gerir, capacitar, qualificar, controlar e, claro, colher os resultados de algo tão sensível à distância? Na minha opinião, a saída está na tecnologia e em uma abertura de consciência e visão de mundo que permitam abraçar esta tecnologia com uma visão de “e” e não de “ou”. Isto significa que somos nós “e” a medicina 4.0; nós e as cirurgias robóticas; nós e as teleconsultas; nós e a ciência de dados. Existe um caminho que vem se desenhando nesse sentido que, a meu ver, as novas gerações compreendem e aceitam melhor.
UV – Quais são as vantagens e desvantagens do modelo?
Tawill – Eu acredito que as grandes vantagens do modelo híbrido estão em melhor qualidade de vida; economia de tempo gasto no trânsito; segurança; menor estresse e possibilidade de autogerenciamento. A produtividade também se eleva, quando aprendemos a gerenciar os dois mundos. Existe uma questão de custos também, só que ela vai variar de profissional para profissional e de empresa para empresa. A desvantagem está na perda da socialização, do encontro; risco de maior dependência da tecnologia; risco de problemas de saúde mental, cada vez mais comuns nos últimos três anos.
UV – Quem no mercado, em sua opinião, está fazendo isso bem e com sucesso?
Tawill – Diversos segmentos têm apresentado bons resultados quando falamos em mundo híbrido. O setor de comunicação, por exemplo, aprendeu a trabalhar de forma assíncrona. No Direito, a tecnologia fez com que processos fossem acelerados e inúmeros documentos digitalizados, deixando profissionais se dedicarem ao estudo e à aplicação, e menos a burocracia. Vimos um salto de qualidade em empresas digitais, que passaram a contratar pessoas e qualificá-las ao redor do mundo, com menor custo, maior agilidade, mais diversidade inclusão. Aprendemos com a logística 4.0 e a poluir menos o planeta. Não existe tamanho único nem uma régua para medir os esforços e os resultados conquistados em segmentos múltiplos. O ideal é personalizar.
Assista também ao TEDxTalk em que Marc participou: