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Existem evidências crescentes de que o SARS-CoV-2 pode afetar o endotélio e induzir importantes alterações nos vasos em diversos órgãos, mas apenas um artigo, com doze participantes, havia descrito alterações retinianas e um demonstrou evidência patológica da presença do SARS-CoV-2 na retina. 
Covid-19 e alterações retinianas
Em estudo publicado em setembro deste ano foram analisadas as fundoscopias de 54 pacientes com COVID-19 para identificar alterações da retina e vasos retinianos, e foram comparados com 133 indivíduos não expostos. Foi observada dilatação de artérias e veias retinianas nos pacientes com COVID 19, com as veias sendo significativamente mais largas, tanto nos casos graves quanto nos não graves, se comparados com os não expostos. Além disso o diâmetro das veias era maior nos casos mais severos. 
Alterações retinianas são comumente vistas em pacientes com doenças virais. Esse fenômeno patológico pode ocorrer por um efeito citopático do microorganismo nos neurônios retinianos, como no caso do citomegalovírus, ou secundário ao dano a microvasculatura, quando o vírus atinge o endotélio vascular, como na retinopatia do HIV. 
Conclusão
O estudo foi realizado no Hospital Luigi Sacco, na Universidade de Milão, com o nome de “ScrEening the Retina in Patients wIth COVID-1900” (SERPICO-19). Os pacientes com diagnóstico confirmado por PCR foram analisados por 30 dias, a partir do início dos sintomas. O diâmetro das veias era ainda maior em casos mais severos e mostrou correlação inversa com o tempo de início dos sintomas. Tanto as artérias quanto as veias podem dilatar por efeito de mediadores inflamatórios.
O estudo não foi capaz de identificar se as alterações retinianas foram causadas pelo próprio vírus ou pela resposta imune do paciente. Considerando a natureza não invasiva da fundoscopia, as alterações retinianas devem ser investigadas em mais estudos prospectivos para entender a possível aplicação no diagnóstico e no manejo de COVID-19. 

Fonte: PebMed

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