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Pesquisadores nos Países Baixos, liderados por Salma El Emrani, BSc, descobriram que a avaliação da malperfusão vascular materna e fetal pode ajudar a identificar bebês com alto risco de desenvolver retinopatia da prematuridade (ROP). A ROP afeta entre 10% e 25% dos neonatos prematuros nascidos antes das 32 semanas de gestação. Tradicionalmente, a idade gestacional (IG) baixa e o peso ao nascer (PN) são os principais fatores de risco utilizados para o rastreamento da ROP. No entanto, descobertas recentes sugerem que a inflamação placentária, incluindo corioamnionite histológica aguda (CHA) e funisite (FUN), pode contribuir diretamente para o desenvolvimento da ROP.

Malperfusão Vascular Materna e Fetal no Risco de ROP
O estudo explorou duas formas de malperfusão uteroplacentária: malperfusão vascular materna (MVM) e malperfusão vascular fetal (MVF). A MVM resulta de um fluxo sanguíneo interrompido entre a mãe e a placenta, afetando a entrega de nutrientes e oxigênio ao feto. A MVF envolve patologias causadas pela obstrução do cordão umbilical, levando à redução do fluxo sanguíneo e à hipóxia fetal. Os pesquisadores estudaram 591 neonatos com IG ≤ 32 semanas ou PN ≤ 1500 gramas, coletando dados clínicos e avaliando amostras placentárias em busca de anormalidades histológicas, como hipoplasia vilosa distal, isquemia e trombose fetal.

Resultados do Estudo
O estudo revelou que os neonatos com ROP apresentavam taxas aumentadas de hipoplasia vilosa distal (44%) e hidropsia do parênquima (7%), em comparação com aqueles sem ROP (31% e 0%). A análise de regressão multivariada identificou três fatores placentários associados de forma independente à ROP: hipoplasia vilosa distal (razão de chances [RC] = 1,7), corioamnionite histológica aguda grave (RC = 2,1) e funisite (RC = 1,8). Esses achados sugerem que a avaliação da saúde placentária logo após o nascimento pode ajudar a refinar os perfis de risco para ROP e identificar mais cedo os bebês de alto risco.

Implicações para o Diagnóstico e Tratamento Precoces
A identificação de anormalidades placentárias logo após o nascimento oferece um método potencial para o diagnóstico precoce da ROP. A pesquisa sugere que estratégias de tratamento personalizadas poderiam ser desenvolvidas com base nesses achados, potencialmente prevenindo a ROP em neonatos extremamente prematuros. Como concluíram El Emrani e seus colegas: “Esses novos fatores de risco placentários podem ser usados como alvos de terapia placentária para prevenir a ROP nesses bebês vulneráveis.”

Este estudo enfatiza a necessidade de integrar avaliações placentárias nos cuidados neonatais, com o objetivo de melhorar a identificação precoce e as intervenções personalizadas para bebês com risco de desenvolver ROP.

Fonte: Ophthalmology Breaking News

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