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Durante o CBO 2023, a indústria apoiou iniciativas de startups com o objetivo de apresentar soluções que permitam aos residentes aprimorar as técnicas cirúrgicas. Exemplo disso é a Ofta, que abriu espaço em seu stand para a Fazzoph apresentar o simulador de microcirurgia e o kit para que residentes possam treinar para as futuras cirurgias. “Tem sido muito gratificante ver que as pessoas estão buscando um treinamento que antes só era feito no olho humano real”, comentou Jussara Fazzolo, da Fazzoph.

No início do ano, os sócios da startup tinham a intenção de ter um e-commerce para poder vender a solução aos residentes. Com o interesse dos chefes dos serviços de oftalmologia das universidades em conhecer o produto, a Ofta os buscou e propôs uma parceria. “Eles têm os representantes, que nos ajudarão a disseminar o produto por todo o País, e nós temos o produto”, disse Jussara. “Esse simulador é para treinamento mesmo e nosso foco é implantá-los nos centros de serviço de residência”. “Desenvolvemos um produto que é só para sutura, outro para cirurgias conjuntivais esclerais, tem o olho para catarata, e criamos um sistema de fita que é muito rápido e prático. Além disso, nosso kit é muito completo. Ou seja, disponibilizamos tudo que o médico precisa para treinar, seja nas universidades ou em casa”, completou.

Outra empresa que apresentou soluções de start ups foi a Latinofarma.  A ideia surgiu ao perceber que existe uma grande demanda dos residentes em conhecer as tecnologias de simuladores analógicos para aperfeiçoar a prática cirúrgica. A partir daí, a companhia, atenta à educação médica continuada, construiu um projeto para o CBO 2023 de dedicar um espaço dentro no stand para esse tipo de simulação.

Uma das soluções apresentadas foi a OrbiTau, da oftalmologista Tauanni Alves, que criou um olho que permite treinar todos os passos das técnicas cirúrgicas, inclusive as possíveis complicações. A ideia do simulador surgiu quando da dificuldade da oftalmologista para treinar cirurgias na época da residência em olhos de porco ou olhos artificiais. Ela então desenvolveu um olho cuja perfeição surpreendeu não apenas seu orientador, como também ganhou reconhecimento mundial. A médica foi convidada a apresentar os olhos para simulação cirúrgica na Universidade de Harvard, que o considerou como o mais realista do mundo. “Tudo surgiu a partir da necessidade dela de desenvolver um produto que a permitisse treinar as cirurgias durante a residência. Como ela é oftalmologista, reuniu tudo o que precisava no simulador”, contou Rialino Alves Silva. Ele disse que outro detalhe importante que Tauanni levou em conta é que precisava fazer algo que tivesse custo acessível ao residente. “O produto permite treinar a firmeza das mãos em um olho humano de tamanho do real”, apontou.

A Eye Lab, do oftalmologista Fabiano Brandão, também esteve no stand da Latinofarma. O simulador criado por Brandão, que permite treinar diferentes técnicas cirúrgicas, como catarata, transplante e vitrectomia, também surgiu da necessidade dele de treinar a habilidade fina para as cirurgias. “Há 18 anos, a ideia surgiu a partir da cartela de medicamento. Estava no metrô e tirei um comprimido da cartela e percebi que parecia uma córnea e o medicamento, uma catarata. Cheguei em casa e comecei a treinar e fui evoluindo até achegar ao simulador”, diz Brandão. “Esse tipo de treinamento é importante para adquirir a destreza necessária para a cirurgia e para que quando for operar o paciente já esteja com o nível de treinamento suficiente para fazê-lo  com segurança”.

Além disso, a Eye Lab lançou durante o congresso um aplicativo com inteligência artificial. “É o primeiro simulador do mundo que usa a inteligência artificial. O aluno vai fazer as manobras e receberá uma nota por elas. Assim poderá acompanhar sua evolução. Fico orgulhoso de lançar esta inovação no Nordeste, de ter a inteligência artificial ajudando na evolução cirúrgica. É mais uma coisa que chega para somar e ajudar no treinamento dos residentes”, contou ele. Brandão também disse que para desenvolver o aplicativo, foram necessários dois anos ensinando a rede neural a reconhecer os padrões das manobras cirúrgicas.

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