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Com mais de 2 milhões de consultas e 100 mil cirurgias oculares gratuitas realizadas nos últimos cinco anos, o Ipepo (Instituto Paulista de Estudos e Pesquisas em Oftalmologia), conhecido como Instituto da Visão, recebe o Prêmio Cidadão SP, na categoria Saúde.
Promovido pelo ReciproCidade, o prêmio é conduzido pelo jornalista Gilberto Dimenstein, fundador da Catraca Livre. Neste ano, conta com a parceria da Tegra Incorporadora.
Também serão contemplados Paulo Borges, idealizador da SPFW (economia criativa); o fundador do RenovaBR, Eduardo Mofarej (cidadania); a pesquisadora Renata Bertazzi Levy  (ciência); Eduardo Saron, dirigente do Itaú Cultural (grande homenagem); e Hercules Gomes (cultura).
Atendimento gratuito
Seja nas periferias da capital paulista, seja em áreas remotas da Amazônia, é possível encontrar médicos voluntários do Ipepo – Instituto da Visão. Lá, prestam assistência oftalmológica a pessoas que não têm acesso ao serviço público, por exemplo.
Também atuam em campanhas comunitárias, mutirões e atendimentos de rotina. Encontram, entre outros, casos de catarata, doença responsável por metade dos casos de cegueira do mundo e que pode ser tratada, ou pterígio, um crescimento benigno de tecido na córnea do olho. 
E devolvem a visão à população.
O trabalho na Amazônia é desenvolvido duas vezes por ano. À bordo de uma embarcação equipada com aparelhos de última geração, os médicos navegam pelos rios da região.
Há áreas que não têm acesso a um serviço público de oftalmologia num raio de 250 km. Por vezes, é até oferecido, mas o tempo de espera ultrapassa um ano.
Além de diagnósticos e cirurgias, o instituto doa cerca de 5.000 óculos de grau a cada expedição, em parceria com a Lupas Leitor.
Reconhecimento mundial
O trabalho do instituto rendeu, neste ano, o Prêmio António Champalimaud de Visão, considerado o maior do mundo na área de oftalmologia, realizado a cada dois anos.
O instituto e outras duas instituições brasileiras premiadas, a Fundação Altino Ventura e o Serviço de Oftalmologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), receberão um milhão de euros.
Com o dinheiro, que será repartido entre as três, está prevista a expansão dos serviços oferecidos na periferia paulistana. A instituição pretende também dar atenção especial a outra doença: a diabetes ocular.
Na Amazônia, o foco estará no combate ao pterígio. A doença tem alta incidência em regiões tropicais – incluindo aí a região Norte brasileira.
Fundado em 1990 por professores de oftalmologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), o Ipepo – Instituto da Visão também apoia o ensino, a pesquisa e a assistência oftalmológica.
Cerimônia
Em 25 de janeiro, o Instituto da Visão – IPEPO, representado pelos Doutores Acácio Alves de Souza, Eric Andrade, Milton Yogi e Paulo Henrique Morales, recebeu o Prêmio Cidadão SP, em cerimônia realizada no Museu de Arte Moderna (MAM). 
Em entrevista, Dimenstein afirma que o que mais lhe impressiona no trabalho do IPEPO é a sua capacidade de unir várias forças e acertar no resultado. “O Instituto da Visão é um dos principais ícones mundiais de como se usar o poder da ciência e da medicina, para ajudar a vida dos mais pobres. O IPEPO tem um trabalho extraordinário, não só em São Paulo, mas na Amazônia, que mostra como um grande acerto de várias forças, a Marinha, o Exército, consegue atender a baixo custo. Então, isso é uma aula de tecnologia social. Foi daí que a gente escolheu o IPEPO para este Prêmio”, declara o jornalista.

Fonte: Catraca Livre

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