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Uma recente pesquisa da Edith Cowan University (ECU) trouxe à tona os fatores que impulsionam a metástase do melanoma uveal, a forma mais mortal de câncer ocular conhecida por sua alta taxa de disseminação para o fígado.

O melanoma uveal, apesar de raro, representa um desafio significativo. Com incidência de 7,6 por milhão de adultos na Austrália, equivalente a cerca de 5% de todos os casos de melanoma, a doença apresenta um cenário preocupante: mesmo após o tratamento bem-sucedido do tumor primário no olho, aproximadamente 50% dos pacientes enfrentam a metástase para o fígado, muitas vezes anos após o diagnóstico inicial.

As metástases podem surgir até 20 anos após o tratamento inicial do tumor, e a sobrevida média dos pacientes após o diagnóstico de metástases é de apenas 5 a 18 meses. Segundo a Vivian Chua, pesquisadora sênior da ECU, “os tumores metastáticos respondem mal a muitas opções de tratamento que se mostraram eficazes em outros tipos de câncer, incluindo o melanoma de pele”. Segundo ela, as razões pelas quais o melanoma uveal se espalha para o fígado ainda não estão claras.

O estudo, publicado na revista Science Signaling, se concentrou no gene BAP1, que desempenha um papel crucial na modulação das características das células cancerígenas, especialmente no melanoma uveal. Alterações nesse gene levam à perda da função da proteína BAP1, o que está associado a um maior risco de metástase e menor sobrevida do paciente.

Para investigar os mecanismos da metástase, a equipe de cientistas utilizou culturas de células de melanoma uveal humano deficientes em BAP1. Descobriu-se que essas células, apesar de crescerem mais lentamente, apresentam maior capacidade de sobrevivência em condições com privação de aminoácidos, um fator essencial no metabolismo das células cancerígenas durante a metástase.

Conforme divulgado pela equipe, estudos futuros buscarão entender os mecanismos que suportam a sobrevivência celular deficiente em BAP1 sob privação de aminoácidos e identificar outras proteínas que interagem com a proteína S6. Com isso, espera-se abrir caminho para o desenvolvimento de novas estratégias de tratamento para o melanoma uveal, seja para tratar a doença em si ou para prevenir o desenvolvimento de metástases.

Fonte: Ophthalmology Breaking News

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