O ICB5 (unidade permanente do Instituto de Ciências Biomédicas/ICB da USP em Monte Negro, Rondônia), em parceria com o Instituto da Visão de São Paulo (Ipepo) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o Centro Universitário São Lucas e as Prefeituras de Ariquemes e Monte Negro, realizaram de 6 a 30 de novembro o Mutirão Oftalmológico de Adultos. As atividades ocorreram em paralelo ao Mutirão Oftalmológico em Escolares de Monte Negro.
O objetivo do mutirão foi triar os pacientes com consultas oftalmológicas marcadas no Sistema Único de Saúde (SUS) pelo sistema de regulação de cada município. A partir da triagem, foi feito o reencaminhamento dos pacientes para o SUS-Rondônia ou agendamento para intervenções cirúrgicas que serão realizadas pelo Ipepo em Ariquemes no início de 2019, via SUS.
A médica Amanda Espíndola, oftalmologista residente do Ipepo, sob a supervisão do médico Éric Andrade, examinou 164 pacientes em Monte Negro e 280 em Ariquemes. Foi verificada a necessidade de 200 cirurgias para catarata e 50 cirurgias para pterígio (“pele crescida nos olhos ). Estas cirurgias serão realizadas no primeiro trimestre de 2019, sem custos aos pacientes, no Hospital Regional de Ariquemes com a equipe do Ipepo de São Paulo. Serão programadas de 30 a 40 cirurgias por dia.
De acordo com o professor Luis Marcelo Aranha Camargo, coordenador do ICB5, “tal mutirão ocorreu em função de um diagnóstico preocupante da saúde ocular do adulto e idoso em Rondônia e da possibilidade em abordar as crianças de forma preventiva para detectar problemas oculares e corrigi-los precocemente para que não haja problemas futuros. O SUS-Rondônia é muito lento no atendimento destes pacientes, com filas de meses e anos, e, sem dúvida, este mutirão irá ajudar a “desafogar” o sistema de atendimento oftalmológico no Estado .
A equipe deve realizar novo mutirão em adultos em Humaitá, Amazonas, em março de 2019, onde serão triados pacientes para procedimentos cirúrgicos a serem realizados no próprio Hospital Regional de Humaitá.
O ICB5 é um núcleo avançado da USP no Norte do Brasil que realiza pesquisas científicas e atividades de ensino, além de projetos com a comunidade local e da região. A unidade foi criada em 1997, na cidade de Monte Negro, em Rondônia. A princípio, o objetivo era pesquisar doenças tropicais negligenciadas como malária, Chagas, leishmaniose, verminoses e micoses profundas. Atualmente dedica-se também ao estudo e tratamento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como hipertensão, diabete e dislipidemias (gordura no sangue). Além de desenvolver estudos nessas áreas e realizar atendimento em saúde para a população de Monte Negro e região, o ICB5 oferece um cenário de internato e um programa de estágios.
Mais informações: e-mail [email protected], com Luís Marcelo Aranha Camargo
Fonte: Jornal da USP