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É de comum saber: Oftalmologia é uma especialidade pouquíssimo vista nas faculdades país afora, e neste contexto surgiram as tais Ligas Acadêmicas.

Aos que não conhecem, ou já ouviram falar mas não sabem do que se trata, as ligas são projetos de extensão, capitaneados por um grupo de estudantes que juntamente com um professor orientador, passam a desenvolver atividades visando incentivar e angariar conhecimento ao acadêmico.

Sempre pautadas no tripé composto por ensino, pesquisa e extensão, as ligas desempenham cada vez mais um papel fundamental na formação do estudante, ainda mais se tratando de especialidades que não possuem tanto espaço nas matrizes curriculares das instituições de ensino superior.

Posso falar, por experiência própria, o quão foi um divisor de água em minha carreira acadêmica; no 2º ano do curso tive a oportunidade de fundar a Liga Acadêmica de Oftalmologia da minha instituição e costumo dizer que foi meu maior acerto. Inúmeras oportunidades de projetos, trabalhos científicos, apresentações e afins surgiram, efetivando-me assim um extremo entusiasta de tal ideia.

Neste contexto de Ligas Acadêmicas país afora, surgiu a ABLAO, Associação Brasileira das Ligas Acadêmicas de Oftalmologia, a qual tenho a honra de estar, em 2023, como Vice-presidente.

Sem fins lucrativos e tendo como objetivos incentivar o ensino, pesquisa e projetos de extensão das Ligas Acadêmicas de Oftalmologia filiadas (além de criar oportunidades para integração e fomentar o interesse pela área), a ABLAO tem tido um crescimento exponencial, estando presente em todas as regiões do país.

Fundada em 2013 durante um congresso e idealizada desde então pelos Doutores Pedro Carricondo e André Portes, cerca de 10 ligas (hoje, pasmem, somos mais de 130) estiveram representadas por estudantes que, apesar de frequentarem congressos, sentiam falta de um espaço em que tivessem acesso e aproximação à informação e discursos relativos à especialidade.

Hoje, com um alcance de cerca de 2500 estudantes de medicina pertencentes a ligas acadêmicas Brasil afora, somos uma equipe de acadêmicos engajados e determinados em desempenhar o melhor que pudermos, acreditando sempre que unidos podemos difundir um maior conhecimento e, assim, contribuir para a boa formação acadêmica dos alunos das áreas de saúde, em especial os conhecimentos de Oftalmologia.

Mas não apenas executamos projetos científicos ou de extensão, estamos presentes também nos maiores congressos da especialidade: SISBRAG, SIMASP, CNNO, BRASCRS, SBO, SULBRA, CBO, COUSP… sempre com sessões voltadas para estudantes, residentes e fellows que abordam desde a preparação para provas de residência à, até mesmo, Oftalmologia do futuro, tecnologias a favor e inteligência artificial.

Tudo isso muito nos orgulha e, claro, rotula, afinal, somos “O futuro da Oftalmologia”.

A escolha pela oftalmologia
De fato, é difícil vermos nas salas de aula o desejo pela Oftalmologia, o contato com a especialidade é ínfimo em comparação a áreas mais “comuns” tais como Ginecologia ou Pediatria. Posso dizer que minha escolha foi bem natural.

Felipe Teixeira, Acadêmico de Medicina (5º ano) e Vice-presidente da Associação Brasileira das Ligas Acadêmicas de Oftalmologia (ABLAO). -Fundador e atual conselheiro da Liga Acadêmica de Oftalmologia de Olinda (LAOLI).

Tenho contato desde muito novo com a especialidade e, apesar de ter um pai na área, não tive pressão alguma, identificação e aptidão foram os pontos fundamentais para bater o martelo logo nos primeiros períodos do curso. Após o início das atividades da liga acadêmica tendo assim aulas teóricas e práticas (leia-se um maior contato), a paixão pela especialidade, já vultosa, só aumentou. Lidar com um sentido tão nobre como a visão e ver de perto a reabilitação de pacientes só me confirmou o que eu já sabia: Oftalmologia é a minha escolha.

 

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