Febre, tosse seca, calafrios, dor no corpo e no peito ao respirar; esses são alguns dos sintomas mais conhecidos do novo coronavírus. No entanto, nos últimos dias, tem-se falado sobre outros sinais não tão comuns como a perda do olfato, paladar e, agora também, olhos vermelhos. Segundo o site Mirror, em entrevista, a enfermeira Chelsey Earnest, do Life Care Center, em Washington, nos Estados Unidos, afirmou que os olhos vermelhos são o sinal “mais importante” de que os pacientes têm COVID-19. “É algo que eu testemunhei em todos os pacientes. Eles têm, tipo olhos alérgicos. A parte branca do olho não é vermelha. É mais como se eles tivessem sombra vermelha nos olhos”, tenta explicar.
Segundos os especialistas, o olho cor-de-rosa ou conjuntivite, acontece até em 3% dos casos confirmados de coronavírus. A Academia Americana de Oftalmologia explicou: “Se você vir alguém com olhos rosados, não entre em pânico. Isso não significa que a pessoa está infectada com coronavírus. Mas as autoridades de saúde acreditam que o olho rosa viral ou conjuntivite se desenvolva em cerca de 1% a 3% das pessoas com coronavírus”. Isso porque vírus pode se espalhar tocando o fluido dos olhos de uma pessoa infectada ou de objetos que o transportam. “É importante lembrar que, embora haja muita preocupação com o coronavírus, as precauções de bom senso podem reduzir significativamente o risco de ser infectado. Portanto, lave muito as mãos, siga uma boa higiene das lentes de contato e evite tocar ou esfregar o nariz, a boca e, especialmente, os olhos”, afirmou Sonal Tuli, porta-voz da Academia Americana de Oftalmologia.
O que dizem profissionais no Brasil
“A recomendação é que as pessoas fiquem atentas aos principais sintomas que apontam para a Covid-19: sintomas respiratórios como tosse e secreção nasal acompanhado de febre. No entanto, outros sintomas podem ser associados. No caso específico dos olhos vermelhos, podem ser decorrentes da tosse ou por ação local do vírus”, explicou o infectologista Eitan N. Berezin, presidente do Deptartamento de Infectologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP).
Já a oftalmologista Márcia Keiko Uyeno Tabuse, presidente do Departamento de Oftalmologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), vai mais a fundo e faz uma associação entre a descoberta do vírus e o sintoma. “No final de dezembro de 2019, o oftalmologista chinês Li Wenliang, 33 anos, foi o primeiro a levantar o alarme sobre um novo vírus que estava causando vários casos de pneumonia no hospital em Wuhan. O governo chinês o obrigou a desmentir tal fato, mas ele mesmo foi vítima do Covid-19, vindo a falecer em 7 de fevereiro. Estou relembrando isso, pois, a suspeita é de que ele tenha se contaminado por uma paciente que estava em tratamento de glaucoma. Isso levantou a hipótese de haver presença de corona vírus na lágrima. O que foi confirmado em pacientes que apresentavam hiperemia e secreção com diagnóstico de coronavírus”, afirma.
Segundo a especialista, “o quadro de conjuntivite tem sido observado em uma pequena parcela dos pacientes, cerca de 3%, e é semelhante a conjuntivite viral comum: com secreção, hiperemia e presença de folículos ao exame da conjuntiva. Tanto, que a transmissão por aerosol a partir da conjuntiva obrigou os profissionais da saúde usarem óculos como prevenção”, finalizou.
Fonte: Crescer