Por Sabrina Duran
Aconteceu na manhã de hoje (07/09), na sala Virgínio Loureiro, a sessão de apresentação do livro do Tema Oficial do 62º Congresso Brasileiro de Oftalmologia. A sessão teve a participação dos três relatores do livro, Newton Kara José, Fernando César Abib e Milton Ruiz Alves, e de alguns dos 65 colaboradores.
A publicação abordou dois temas interligados: “Aspectos da História da Oftalmologia e do Conselho Brasileiro de Oftalmologia”, que teve como relatores Newton Kara José e Fernando César Abib; e “Política Nacional de Atenção à Oftalmologia”, relatado por Milton Ruiz Alves.
A parte histórica da obra fez o relato de fatos ligados ao desenvolvimento da saúde ocular e da oftalmologia em vários momentos históricos e espaços geográficos e sociais, com ênfase para o Brasil, da colônia até o século XX. Na segunda parte do livro foram abordados temas como a Atenção Básica à Saúde e em Oftalmologia, as redes de Atenção em Oftalmologia, a Atenção de Média e Alta Complexidade em Oftalmologia e o Programa de Combate às Causas Prevalentes de Baixa Visão e Cegueira.
“Inicialmente situamos a história da oftalmologia antes de Cristo, primeiro milênio, segundo milênio, história prévia à fundação do CBO, a Fundação do CBO, sua missão, seus gestores, e o surgimento das sociedades de subespecialidade, as escolas de ensino, a história da oftalmologia nos estados, campanhas de prevenção da cegueira e a Política Nacional de Atenção à Oftalmologia”, pontuou o relator Fernando Cesar Abib. De acordo com ele, ao compilar documentos históricos e relatos dos colaboradores, a obra contribui para a diminuição das lacunas sobre o passado da oftalmologia mundial e brasileira, facilitando o trabalho dos futuros historiadores.
Newton Kara José pontuou que a história da oftalmologia brasileira não estava escrita de forma compacta, e que foi difícil captar os números e os fatos. “Muitas datas eram conflitantes. Colocamos a média do que encontramos. Para quem se interessa pelo que está fazendo e pelos rumos da profissão, esse livro é de leitura quase obrigatória , afirmou o especialista e um dos relatores da publicação.
Ele citou alguns dos principais nomes da oftalmologia brasileira, a partir do início do século XX: Hilton Rocha, Cyro Rezende, Moacir Álvaro, Waldemar Belfort de Matos, José Antônio Abreu Fialho, Pereira Gomes, Joviano Rezende, Ivo Corrêa Meyer, João Penido Burnier, Almiro de Azevedo, Heitor Marack, Hilário de Gouvêa, Leiria de Andrade e Archimedes Bussaca.
Fernando César Abib ressaltou que não coube aos relatores identificar o primeiro oftalmologista, mas sim reconhecer que o conhecimento que se tem hoje só foi possível graças a outros precursosres, cujos feitos podem ter se perdido no tempo por carência de documentação dos fatos.
Ao falar da Política Nacional de Atenção à Oftalmologia (PNAO), de 2008, Milton Ruiz apresentou o histórico de lutas e trabalhos que precederam a criação da política, e refletiu sobre seu potencial e implementação. “A Política Nacional de Atenção à Oftalmologia foi instituída com as portarias 228 e 957, mas não foi implementada como deveria. A PNAO reitera a necessidade de ações integradas para a assistência primária, prestadas por equipes multiprofissionais integradas e resolutivas para evitar o encaminhamento desnecessário para os outros níveis de complexidade”, disse. Para Ruiz, a implementação efetiva da PNAO é fundamental, pois significa a aproximação da oftalmologia da atenção primária, necessária à construção de rede de atenção em oftalmologia, interligando a atenção primária aos níveis mais complexos de atendimento oftalmológico.
Fonte: Universo Visual