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Onde tudo começou
Karolinne começou sua jornada pela medicina em 2001, quando se formou na Universidade Estadual de Londrina (UEL). Na sequência, fez residência em oftalmologia pela Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina (Unifesp-EPM) e doutorado em cirurgia do seguimento anterior na mesma universidade. “A residência na Escola Paulista de Medicina foi um dos principais saltos da minha carreira. E tive a oportunidade de fazer um sanduiche durante a pós-graduação, tive contato com mentores no exterior. Tenho muita gratidão aos meus mentores, principalmente aos da EPM, do setor de catarata, refrativa e córnea. Estamos sempre em contato, compartilhamos alunos da pós-graduação que passam um tempo aqui comigo. Além disso, também colaboramos em muitos trabalhos de pesquisa. Isso é muito legal porque nunca perdi o vínculo com meus professores da universidade do Brasil. A gente está sempre discutindo sobre pesquisas, novas ideias e tecnologias”, revela.

Karolinne Maia

Em 2007, foi a vez de se dedicar ao fellowship pela Cleveland Clinic/Cole Eye Institute, atuando principalmente nos temas de lentes intra-oculares, aberrometria e cirurgia refrativa. Dois anos depois, completou um pós-doutorado pela Cleveland Clinic e um segundo pós-doutorado, em 2010, pela Emory University, em Atlanta. Karolinne ressalta que nas experiências nos Estados Unidos também teve a oportunidade de contar com importantes mentores.

Sobre o início da profissão, Karolinne comenta que uma das dificuldades, principalmente no Brasil, é o preço dos equipamentos. “É uma especialidade muito cara para se começar e no início é difícil atuar em uma clínica própria. As pessoas acabam trabalhando em mais de um lugar. Mas há oportunidades acadêmicas e de pesquisas, por exemplo. Outro desafio, da medicina em geral, é o pagamento de reembolso, que diminuiu muito – e isso em todos os procedimentos. Por isso muitos cirurgiões tiveram de aumentar o volume de atendimentos. Essas são as dificuldades da nossa profissão”, comenta.

Vida dupla
E como é ser mulher na oftalmologia? “A mulher tem um papel muito importante na oftalmologia e é uma especialidade muito legal porque tem várias mulheres ativas na pesquisa, dando aulas e publicando artigos. A oftalmologia abriu as portas para as mulheres e novas cirurgiãs. E temos de agradecer aos nossos colegas porque realmente é uma especialidade em que as pessoas colaboram e trabalham juntas, talvez até diferente de outras na medicina”, diz a médica.

Para conciliar a vida familiar e o trabalho, o papel feminino também é fundamental. “Como mãe e profissional, estamos acostumadas a lidar com várias situações ao mesmo tempo e a tomar decisões rápidas para poder cuidar de tudo. Quando estamos no trabalho, também temos de conseguir resolver as questões com funcionários, com os pacientes”, aponta a oftalmologista.

Karolinne ressalta que um fator relevante é ter foco. “É uma luta diária conciliar a vida pessoal e a profissional. Com os filhos aprendi que é preciso ser muito eficiente. Quando chego em casa, tento não ficar vendo celular, respondendo a e-mails, porque o trabalho não tem fim. É preciso estar no momento presente. E tento passar tempo ao ar livre com as crianças, evitar eletrônicos. É importante ter o tempo, mesmo que pouco, de estar com a família”, diz a oftalmologista. Quando não está no trabalho, Karolinne gosta de, além de curtir a família, aproveitar a natureza, fazer exercício físico, como pilates, e ir à praia.

Neste ambiente de pesquisas, artigos publicados, pacientes atendidos, cirurgias marcadas e dedicação à família certamente a rotina não tem vez.

Christye Cantero

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