Um comunicado divulgado pelo Institute of Physical Chemistry of the Polish Academy of Sciences (IPCPAS) traz boas notícias para a área de oftalmologia. Pesquisadores do International Centre for Translational Eye Research (ICTER) encontraram uma maneira de contornar as limitações do OCT. Os cientistas desenvolveram a tomografia de coerência óptica espaço-temporal (STOC-T). O último estudo do grupo liderado por Maciej Wojtkowski mostra um feito inédito: esse método permite visualizar a retina e a coroide em alta resolução e em profundidades distintas na seção frontal.
Segundo o IPCPAS, as tecnologias de imagem, como a oftalmoscopia a laser de varredura e a angiografia com corantes de fluoresceína (AF), promovem o tratamento mais preciso de muitas doenças oculares, mas a OCT permaneceu como o padrão-ouro dos cuidados clínicos. Apesar de esse exame proporcionar a avaliação da imagem dos tecidos oculares, permitindo que os oftalmologistas compreendam melhor os mecanismos de muitas doenças oculares e selecionem terapias com mais eficácia – além de ser indolor e não invasivo, o OCT tem limitações que dificultam diferenciar elementos morfológicos essenciais do olho. Por exemplo, o alcance axial limitado impede ter imagens de alta resolução e também aprofundar totalmente todas as camadas da retina e da coroide.
As informações divulgadas dão conta de que o uso do STOC-T para imagens da retina permite reconstruir a morfologia dos cones do olho humano de maneira não invasiva. Graças à câmera usada, o método STOC-T permite capturar a retina em uma fração de segundo e registrar toda a sua profundidade em uma resolução extremamente alta. Na prática, mesmo antes de o paciente ter tempo de piscar, seu olho já terá uma imagem completa, com uma precisão que permite a visualização de células isoladas. A tomografia STOC também permite imagens distintas de todas as camadas primárias da coroide, ao mesmo tempo em que torna as camadas de difícil visualização visíveis em uma grande faixa transversal e axial. Os dados só podem ser analisados offline devido à baixa velocidade de transmissão entre a câmera e o computador. Aqui vale ressaltar que é preciso que o computador tenha velocidade de processamento para processar as grandes quantidades de informações geradas.
E um último ponto que vale esclarecer. A principal limitação para a aplicação desta técnica nas clínicas é o preço da câmera, que gira na casa dos 100 mil euros. Os cientistas do ICTER, de acordo com o comunicado, esperam que à medida que o volume de produção de câmeras aumente, o custo caia gradualmente. De qualquer forma, este exame irá aprimorar os diagnósticos e tornar os tratamentos mais assertivos.
Fonte: Ophthalmology Times