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Em outubro próximo completarão 33 anos do primeiro implante de uma lente intraocular (LIO) realizada na UNIFESP-EPM, no Hospital São Paulo. Para os mais jovens terem uma ideia, eu era residente do segundo ano e havia feito dezenas de cirurgias de extração extra capsular do cristalino em 1985, mas SEM a colocação da LIO, pois isso ainda era uma ideia nova, usada por alguns especialistas em São Paulo e no exterior, em hospitais particulares. Era uma sensação péssima terminar uma cirurgia “limpinha” e não poder colocar a lente no final do procedimento, como outros médicos de clínicas particulares já faziam. Depois a saída era receitar óculos de alto grau ou lentes de contato de difícil adaptação pela idade dos pacientes. Isso parecia e era um contrassenso. 
Na época, conversei com nosso professor responsável, o querido Dr. Belmiro Moreira, que entendeu a necessidade de passarmos para uma nova etapa na cirurgia de catarata e autorizou o procedimento, desde que eu fosse assessorado por um colega já experiente na inserção de LIO s em outros serviços. Conversei com Dr. Miguel Del Rey, que prontamente se ofereceu para ficar a meu lado na cirurgia.
Pacientes, como hoje, não faltavam. O problema era: “Como adquirir a LIO?”. O paciente não poderia comprar, e nosso serviço ainda não adquiria essas lentes. Entrei em contato com a Johnson&Johnson que me forneceu uma Lente IOLAB gratuitamente. Fui buscá-la pessoalmente na Rua Avanhandava, centro de São Paulo, local do escritório da Johnson na época .
Um dia antes da cirurgia peguei algumas dicas de inserção da LIO com a Dra. Ana Luiza Hofling-Lima. Afinal seria minha primeira LIO, e a primeira a gente não esquece…
A cirurgia transcorreu como previsto e pude completá-la bem, sem intercorrências. Ótimo pós operatório. Paciente satisfeito. Na semana seguinte coloquei a segunda e, a partir de 1986 a colocação de LIO em cirurgia de catarata na Unifesp-EPM (Hospital São Paulo) tornou-se rotineira!!

Fonte: Revista Universo Visual

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